Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Em resposta a Bolsonaro, diretor-geral da OMS insiste no isolamento social

Tedros Adhanom rebate declarações do presidente brasileiro em defesa do fim das quarentenas, baseadas em vídeo manipulado

Por Da Redação
Atualizado em 1 abr 2020, 12h44 - Publicado em 31 mar 2020, 20h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, insistiu nesta terça-feira, 31, que os governos invistam em medidas de alívio econômico para os trabalhadores paralisados e mantenham a regra de isolamento social, medida incentivada pela instituição para contenção da pandemia da Covid-19. A orientação de Adhanom, por meio de mensagens no Twitter, foi resposta certeira ao presidente Jair Bolsonaro. Pouco antes, o presidente defendeu a reabertura dos negócios no Brasil tomando como base um vídeo editado propositalmente para parecer que Adhanom estava incentivando o afrouxamento do isolamento social.

    Publicidade

    “Peço aos governos que desenvolvam políticas de proteção econômica para as pessoas que não podem ganhar ou trabalhar em meio à pandemia”, rebateu Adhanom pela rede social.

    Publicidade

    ASSINE VEJA

    Coronavírus: a salvação pela ciência
    Coronavírus: a salvação pela ciência Enquanto os melhores laboratórios do mundo entram em uma luta bilionária contra a doença, países trazem experiências bem-sucedidas para que a vida e a economia voltem à normalidade ()
    Clique e Assine

    O diretor-geral concluiu defendendo que pessoas sem renda regular merecem “políticas sociais que garantam sua dignidade e lhes permitam cumprir as medidas de saúde pública recomendadas pelas autoridades nacionais de saúde e pela OMS”.

    A organização atualmente recomenda a imposição de medidas de distanciamento social como forma de conter o avanço no número de casos da Covid-19. Segundo estimativa do jornal The New York Times, foram reportados quase 840.000 contaminações em mais de 170 países e territórios. Pelo menos 41.343 pessoas morreram.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Bolsonaro havia publicado nas redes sociais mais cedo, nesta terça-feira, um trecho de um comentário feito por Adhanom na segunda-feira, 30: “Sou da África e sei que muita gente precisa trabalhar cada dia para ganhar o seu pão. E os governos devem levar essa população em conta. Se estamos limitando os movimentos, o que vai acontecer com essas pessoas que precisam trabalhar diariamente?“. Na parte final do vídeo, que foi cortada, Adhanom dava o recado primordial da OMS: “Os governos precisam garantir o bem-estar das pessoas que perderam a fonte de renda”.

    Bolsonaro, porém, se adiantou aos jornalistas. “O que ele (Adhanom) disse (…) os informais têm que trabalhar”, tuitou Bolsonaro. 

    Publicidade

    Além de reforçar o posicionamento da OMS a favor do distanciamento social, Adhanom alertou especialmente para a vulnerabilidade das nações em desenvolvimento, que inclui o Brasil. “Os países em desenvolvimento, que abrigam 25% da população mundial, provavelmente serão os mais atingidos pela Covid-19”, tuitou.

    A Organizacão das Nacões Unidas (ONU) pediu na segunda-feira 30 um auxílio de 2 trilhões de dólares, por meio de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), para os países em desenvolvimento.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Em sinal de empatia com aqueles que sofrem de insegurança alimentar em meio às quarentanas, Adhanom tuitou: “eu cresci pobre e entendo essa realidade”, tuitou Adhanom.

    Nascido na Etiópia, país africano que conta com um Índice de Desenvolvimento Humano de apenas 0,47, o diretor-geral da OMS já havia comentado em uma entrevista na segunda-feira 30 que mais importante do que a queda no Produto Interno Bruto dos países é a situação de insegurança financeira. “Eu sei o que significa se preocupar em conseguir o pão de cada dia”, disse Adhanom.

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.