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Em rara entrevista, Assad nega número de vítimas

Ao 'Clarín', ditador sírio culpou rebeldes e potências ocidentais pelo início da guerra civil no país. Ele voltou a descartar deixar o cargo para iniciar diálogos

Por Da Redação
18 Maio 2013, 18h32

O ditador sírio Bashar Assad costuma fazer raras aparições públicas e conceder ainda mais raras entrevistas. No entanto, depois de extensas negociações, ele decidiu falar com o jornal argentino Clarín para negar todas as acusações dos opositores. Além de dizer que o número de 70.000 vítimas no conflito divulgado pela ONU não é verdadeiro, Assad empurrou a culpa da guerra civil que já dura mais de dois anos – para os rebeldes, a quem chama de terroristas.

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O conflito teve início quando as manifestações populares contra o seu governo foram fortemente reprimidas pelas tropas leais ao ditador. Assad, no entanto, negou que a ofensiva de suas forças seja excessiva. Segundo ele, a razão da guerra é a vontade dos opositores, classificados como “ultraislâmicos”, de derrotar seu governo laico com a ajuda de potências ocidentais e regionais, como Turquia, Qatar e Arábia Saudita. Na entrevista, o ditador não citou a relação de seu governo com militantes da organização fundamentalista Hezbollah, sediada no Líbano.

Assad disse que, agora, os membros de seu governo temem a intervenção de países estrangeiros em seu território. O ditador acredita que a mudança do balanço entre as forças rebeldes e governistas, que está pendendo para seu lado após recentes investidas, e as denúncias de uso de armas químicas poderiam ser usadas como motivo de uma invasão. A utilização desse tipo de armamento, como o esperado, também foi negada pelo ditador, que atribuiu novamente a culpa aos rebeldes.

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Conferência de paz – Embora o governo sírio tenha demonstrado apoio à criação da conferência de paz proposta por Estados Unidos e Rússia na semana passada, Bashar Assad se disse cético quanto aos resultados. “Recebemos bem a aproximação entre russos e americanos e esperamos que aconteça um encontro internacional para ajudar os sírios a superar a crise. Mas não acreditamos que muitos países ocidentais queiram efetivamente uma solução para a Síria”, disse.

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O ditador rejeitou qualquer possibilidade de deixar o cargo para que os diálogos sejam iniciados, como foi pedido pelo secretário de Estado americano, John Kerry. “Não sei se Kerry ou outra pessoa recebeu um poder do povo sírio para falar em seu nome sobre quem deve sair e quem deve permanecer. Isso será determinado pelo povo sírio nas eleições presidenciais de 2014”, disse.

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Liberdade de imprensa – Governante de um país conhecido pelas dificuldades de cobertura jornalística em seu território, Assad se mostrou reticente sobre a irrestrita liberdade de imprensa durante o pleito presidencial do próximo ano. Segundo ele, o próprio povo sírio é intolerante à ideia de observadores externos no país, que estariam ameaçando a soberania nacional. “A presença de observadores é uma decisão nacional. O povo sírio não confia no Ocidente”, disse. O ditador completou dizendo que, caso haja jornalistas estrangeiros nas eleições, eles serão de nações amigas, como China e Rússia.

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Apesar de conceder a rara entrevista – suas declarações costumam ser feitas apenas a agências estatais sírias -, o ditador não deixou de tomar precauções para que nada saísse do controle. Após o final da conversa, os funcionários do governo apreenderam as gravações e insistiram em entregar apenas a transcrição da entrevista. Para não correr o risco de ter o texto editado, o Clarín decidiu publicar apenas o que pôde ser conferido com as anotações do repórter responsável pela condução da conversa.

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