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Em Israel, oposição forma gabinete e Netanyahu deve deixar o poder

Coalizão pode encerrar ciclo de 12 anos de Benjamin Netanyahu, sob pressão por processos judiciais ligados a acusações de corrupção

Por Da Redação Atualizado em 2 jun 2021, 18h10 - Publicado em 2 jun 2021, 17h34
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  • Em meio a uma corrida contra o relógio, as principais forças de oposição em Israel chegaram a um acordo nesta quarta-feira, 2, para formar uma coalizão. O acordo pode encerrar o governo de 12 anos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, atualmente sob forte pressão por processos ligados a acusações de corrupção.

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    A coalizão une diferentes espectros políticos, incluindo a extrema direita do Yemina, de Naftali Bennet, um antigo aliado do premiê, e, pela primeira vez, uma legenda que representa árabes-israelenses.

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    A menos de uma hora para o fim do prazo para confirmar a existência de um acordo, o líder do bloco, Yair Lapid, anunciou que havia apoio suficiente.

    Ele recebeu do presidente Reuven Rivlin no início de maio a tarefa de montar o novo governo em até 28 dias e, caso não conseguisse, perderia o direito de conduzir as negociações, o que colocaria o país no caminho de sua quinta eleição em pouco mais de dois anos.

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    “Este governo irá trabalhar por todos os cidadãos de Israel, aqueles que votaram por ele e aqueles que não. Fará de tudo para unir a sociedade israelense”, disse Lapid em publicação no Twitter.

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    O novo governo, que ainda precisa ser confirmado pelo Parlamento em uma votação esperada para a próxima semana, prevê que Lapid e Bennet assumirão o cargo de Netanyahu, em um sistema de rodízio.

    Bennet, ex-ministro da Defesa e defensor dos assentamentos na Cisjordânia, considerados ilegais pela Organização das Nações Unidas, seria o primeiro, ficando no cargo até 2023. Dois anos depois, Lapid entraria no cargo.

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    Embora seja uma aliança improvável, todos os partidos envolvidos na coalizão compartilham o desejo de encerrar a era Netanyahu no comando do governo israelense e pôr fim a instabilidade na política israelense após quatro eleições em dois anos.

    O bloco formado pela oposição, no entanto, tem apenas 61 das 120 cadeiras do Legislativo, o que levanta chances de uma reviravolta. Caso perca apoio de um deputado, a aliança perderia a maioria e não conseguiria tirar Netanyahu do poder.

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    Negociações

    A legenda de Yair Lapid foi a segunda mais votada nas eleições de março depois do Likud, liderado por Netanyahu. Depois que o premiê falhou em sua primeira tentativa de negociar um governo, o líder do Yesh Atid ganhou um mandato para tentar formar sua própria aliança de oposição.

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    A sorte estava contra Lapid até o último domingo, 31,  quando Naftali Bennett anunciou suas intenções de unir forças com o político de centro. “Depois de quatro eleições e mais dois meses, foi provado a todos nós que simplesmente não há governo de direita possível liderado por Netanyahu. É uma quinta eleição ou um governo de unidade”, disse o líder do ultradireitista Yemina em um discurso exibido na TV.

    Após o anúncio de Bennett sobre sua intenção de se aliar ao bloco da oposição Benjamin Netanyahu o acusou de “trair” a maioria dos cidadãos que votaram em partidos da direita e alertou para o “perigo” de haver um governo de esquerda.

    “Em vez de criar um governo de esquerda perigoso”, quando nesta quarta-feira terminar o prazo de Lapid para formar uma coalizão, “poderíamos formar um governo de direita” com rotatividade no poder junto a Bennett e ao direitista Gideon Sa’ar, do partido New Hope, disse Netanyahu, reiterando a mesma proposta feita nesta manhã e que já foi rejeitada pelo político ultranacionalista.

    De acordo com Netanyahu, “isto é muito pouco convencional e bastante distorcido, mas a possibilidade de um governo de esquerda é ainda pior”, insistindo que a maioria dos israelenses votou em um governo de direita porque é “o melhor para a segurança e o futuro de Israel”.

    Além da posição de premiê, Netanyahu também pode perder sua imunidade política com o fim de seus 12 anos de mandato. O premiê é réu em três processos por abuso de poder e corrupção, e se agarra ao cargo para escapar da Justiça, estimulando o impasse político que paralisa o país há dois anos.

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    Bibi, porém, já foi apelidado de ‘mágico’ da política israelense por sua impressionante capacidade de persuasão e sobrevivência. Exatamente por isso muitos analistas consideram prematuro dar como encerrado o seu reinado de 12 anos.

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