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Em entrevista, Boris Johnson promete Brexit a qualquer custo

O primeiro-ministro inglês diz que saída da União Europeia em 31 de outubro é a única maneira de "fazer com que o país siga em frente"

Por Da Redação 29 set 2019, 17h10

O polêmico primeiro-ministro britânico Boris Johnson prometeu, neste domingo (29), concretizar o Brexit a qualquer custo em 31 de outubro, antes do início da conferência anual de seu Partido Conservador em Manchester, em pleno caos político no Reino Unido. Enquanto a divisão prevalece em torno da saída do país da União Europeia (UE), Johnson disse que “a melhor maneira de acabar com isso é cumprir o Brexit em 31 de outubro, e fazer com que o país siga em frente”, em uma entrevista a BBC.

Johnson, que conta com o amplo apoio das bases de seu partido, chegou ao poder em julho comprometendo-se a aplicar o Brexit – decidido por 52% dos britânicos no referendo de 2016 – mesmo sem um acordo de divórcio com a UE. Apesar da oposição aberta do parlamento a uma saída brutal, Johnson não nega suas promessas e trava uma guerra aberta com os deputados. “O Partido Conservador terá que demonstrar uma posição agressiva e unida sobre o Brexit” em seus quatro dias de congresso, disse à AFP Constantine Fraser, analista do gabinete de estudos TS Lombard.

A política agressiva de Boris Johnson teve um contraproducente efeito bumerangue para ele. Ele chegou a tentar suspender os trabalhos do Parlamento, mas os deputados votaram com urgência uma lei que o obrigaria a pedir a Bruxelas um novo adiamento de saída em caso de falta de acordo sobre o Brexit. Além disso, os legisladores conseguiram com que a Suprema Corte considerasse nula a decisão de suspender o Parlamento, voltando assim aos trabalhos.

Boris Johnson foi muito criticado esta semana por sua agressividade contra a Câmara dos Comuns. “Acho que todos devemos nos acalmar”, disse o primeiro-ministro à BBC, declarando-se, porém, um “modelo de moderação”. Johnson também acusou seus oponentes de esconder a intenção de frear o Brexit por trás de uma “grande nuvem de indignação”. Disse ainda que havia “boas chances” de alcançar um acordo com Bruxelas, mesmo que as negociações com a UE não estejam avançando.

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O premiê “baseia sua credibilidade em uma saída da UE em 31 de outubro, e é difícil saber como ele conseguirá. Sua resposta é brigar (…) e agravar o confronto”, prevê Constantine Fraser. Mas a estratégia de Johnson parece dar resultados. Duas pesquisas publicadas pela YouGov e Opinium esta semana dão aos conservadores entre 11 e 12 pontos de vantagem sobre o Partido Trabalhista.

Prova do confronto com o Parlamento é que Boris Johnson pode não comparecer à tradicional sessão de perguntas ao primeiro-ministro de quarta-feira na Câmara dos Comuns e, em vez disso, proferir o discurso de encerramento do congresso de seu partido. Será um gesto de retaliação contra os deputados, que se recusaram a dar um breve recesso aos conservadores para que pudessem comparecer ao congresso em tempo integral.

Nesse contexto, muitos observadores britânicos consideram inevitável eleições antecipadas nos próximos meses. Johnson também corre o risco de ser investigado por causa de suas relações com uma empresária americana, Jennifer Arcuri, que se beneficiou de fundos públicos quando ele foi prefeito de Londres. O Sunday Times afirma que os dois tiveram um relacionamento e que Johnson não declarou possíveis conflitos de interesse. “Tudo foi feito como deveria ter sido”, respondeu o primeiro-ministro.

(com AFP)

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