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Em eleição controversa, presidente do Quênia obtém 98% dos votos

Em eleições boicotadas pela oposição e com comparecimento às urnas em 39%, Uhuru Kenyatta ganha novo mandato no país

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h40 - Publicado em 30 out 2017, 13h51
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  • O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, foi reeleito para o cargo com 98,26% dos votos, informou a comissão eleitoral do país nesta segunda-feira. O pleito realizado na quinta-feira passada, realizado por ordem judicial após a anulação da votação em agosto, foi boicotado pelo candidato de oposição, Raila Odinga.

    Segundo o órgão responsável por divulgar o resultado, o comparecimento às urnas foi de menos de 39%. Quatro locais onde o voto foi suspenso devido aos confrontos entre partidários de Odinga e a polícia ficaram de fora da contagem final. Juntos, os centros eleitorais, alguns dos principais bastiões de oposição no país que seguiram a recomendação do oponente de Kenyatta para boicotar as eleições, correspondem a 1,8 milhão dos 19,6 milhões de eleitores registrados no Quênia.

    “Parece que a cada cinco anos enfrentamos os mesmos desafios. Precisamos nos fazer algumas perguntas difíceis”, disse Wafula Chebukati, diretor da comissão eleitoral do Quênia, sobre os problemas que rondam o pleito. Segundo o jornal britânico The Guardian, Odinga vai fazer um pronunciamento sobre os resultados nesta terça-feira. As declarações do candidato à Presidência são aguardadas com expectativa, tendo em vista o histórico de violência no país em decorrência de eleições.

    Protestos durante o pleito da quinta-feira deixaram dezenas de feridos e pelo menos duas pessoas mortas em confrontos entre policiais e manifestantes favoráveis a Odinga. Entre sexta-feira e sábado, pelo menos três pessoas morreram em Kawangare, favela na parte oeste de Nairobi, a capital queniana. De acordo com Martin Kimani, enviado especial do governo de Kenyatta para conter a violência causada por movimentos extremistas,  as vítimas foram escolhidas por terem participado da votação. “Estamos procurando por suspeitos, que são políticos, e prisões serão efetuadas em breve”, disse. 

    Em 2007, mais de 1.200 pessoas morreram no Quênia em confrontos decorrentes dos resultados das eleições presidenciais daquele ano, quando Odinga foi derrotado e o país, com cerca de 47 milhões de habitantes, quase mergulhou em uma guerra civil. Neste ano, entre 55 e 75 pessoas foram mortas em incidentes relacionados às eleições no país. 

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