As Forças de Defesa de Israel anunciaram nesta quinta-feira, 13, uma operação terrestre na Faixa de Gaza, em meio aos ataques aéreos contra o grupo Hamas e aliados no território, poucas horas depois da convocação de 9.000 reservistas. É a primeira incursão na área desde o conflito armado de 2014.
Em nota, as Forças afirmaram apenas que “a aviação israelense e tropas em terra realizam atualmente um ataque na Faixa de Gaza”. Questionado pela agência AFP, o porta-voz Jonathan Conricus confirmou que soldados israelenses entraram em Gaza, mas não revelou os objetivos da operação.
Esse é o sétimo dia de violência entre árabes e israelenses. Desde o início do mês do Ramadã, que terminou na quarta, moradores árabes protestam contra a ameaça de expulsão de quatro famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967. Muitos temem que o despejo, classificado pela Organização das Nações Unidas como possível “crime de guerra”, abra precedentes para expulsões em larga escala.
O conflito atual foi desencadeado por confrontos ligados à situação de Sheikh Jarrah entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, no fim de semana.
Em retaliação, o grupo Hamas disparou ao menos sete mísseis contra áreas do território israelense de Jerusalém na tarde de segunda-feira, 10, ato que terminou sem nenhum ferido. Israel revidou com foguetes e as agressões não pararam desde então.
Até o momento, 109 palestinos morreram, sendo 28 crianças, além de seis israelenses. Há ainda cerca de 500 feridos.
A população da Faixa de Gaza é a mais atingida em conflitos como esse, principalmente porque vive em situação de grande fragilidade. Apesar da região ser controlada pelo Hamas, há muitas famílias e civis que vivem ali. A força militar de Israel também é muito superior a do grupo palestino.
Segundo testemunhas na região da Faixa de Gaza nesta quinta-feira, houve um intenso uso de artilharia acompanhado por disparos feitos por helicópteros de ataque. Em operações terrestres, veículos blindados se dirigiram à fronteira e agora já operam dentro do território.
Além dos disparos aéreos, se intensificam confrontos internos entre árabes e judeus em diversas cidades israelenses. Em Haifa e Lod, novos combates foram registrados, com várias pessoas feridas e dezenas de carros queimados.
Ao longo do dia, o governo reforçou o número de soldados nas fronteiras, com a convocação 9.000 reservistas, em “vários níveis de preparação”, o que já era visto como uma possível preparação para uma ofensiva terrestre.
Na manhã esta quinta-feira, o porta-voz militar de Israel, Hidai Zilberman, afirmou ao jornal Times of Israel que um plano de invasão já havia sido apresentado ao Comando Geral do Exército para aprovação. O representante ainda afirmou que foram 130 os foguetes lançados pelos grupos palestinos e interceptados pelo Iron Dome, o “domo de ferro” israelense que intercepta e destrói os equipamentos ainda no ar.