Macarena Vidal.
Washington, 13 dez (EFE).- Neste ano, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, viu suas chances de reeleição em 2012 se complicarem, entre outros motivos por uma economia que não consegue decolar e pela forte oposição republicana, que bloqueia suas principais iniciativas.
O governante, que chegou à Casa Branca com uma popularidade superior a 70%, viu sua aprovação cair a 45%, nível mais baixo desde que chegou ao poder.
Mas se Obama conseguiu encontrar e matar o terrorista mais procurado do mundo, Osama Bin Laden, e realizou o que muitos outros tentaram – reformar o sistema de saúde dos EUA -, por que não conta com o apoio da maioria dos americanos? A resposta é simples e tem apenas uma palavra: economia.
Após dois anos e meio, a taxa de desemprego caiu pela primeira vez em novembro, de 9% para 8,6%. Além disso, a crise da dívida na zona do euro acentua a sensação de incerteza no país, e o próprio presidente reconheceu que o crescimento econômico é frágil.
Estimular o emprego e lutar contra a recessão foram as grandes prioridades de seu governo em 2011. Mas a maior parte das suas propostas foi reprovada no Congresso pelos republicanos, que desde janeiro contam com a maioria na Câmara de Representantes.
Os adversários dos democratas, impulsionados pela corrente conservadora Tea Party, inimiga de qualquer tipo de intervencionismo estatal, fizeram da redução da dívida e do déficit fiscal americano, que se encontra em torno de US$ 1,3 trilhão, sua bandeira.
Para conseguir esse objetivo, os republicanos defendem cortes nos gastos públicos, mas são contrários ao aumento de impostos.
Barack Obama, no entanto, considera imprescindível a taxação da camada mais rica da população, que ganha mais de US$ 250 mil por mês. Este foi o motivo de numerosos embates entre democratas e republicanos, e entre o Congresso e a Casa Branca.
Em 2011, a dívida pública ficou tão alta que o país quase quebrou. Porém, apesar de a situação ter sido salva no último momento possível, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota dos EUA de AAA para AA+.
Em setembro, Obama anunciou um ambicioso plano de estímulo à criação de empregos no valor de US$ 447 bilhões, similar ao que tinha aprovado no início do seu mandato, no valor de US$ 800 bilhões
Além de cortes nos gastos públicos, as medidas previam aumentos de impostos, o que fez os republicanos vetarem o plano e as tentativas seguintes de aprová-lo por partes.
As derrotas de Obama em 2011 não foram só no campo econômico. Sua reforma das leis de imigração não saiu do papel. Na política externa, os EUA tentaram reativar, sem muito sucesso, as negociações entre árabes e judeus. Em setembro, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu que a ONU reconhecesse o estado palestino.
Para recuperar um pouco de sua popularidade, Obama recorreu no fim de 2011 ao grande ídolo dos democratas, o ex-presidente Bill Clinton, e compareceu ao seu lado em um evento sobre energia.
Mas não será Clinton, ou uma repentina solução do conflito no Oriente Médio, que selará o destino de Barack Obama nas eleições de 2012. Seu futuro depende, acima de tudo, da recuperação econômica e da diminuição do desemprego. EFE