Militantes do Estado Islâmico reagiram com força na madrugada de segunda para terça-feira e contiveram uma ofensiva do exército iraquiano em um bairro do sul da cidade de Falluja, no Iraque. O local é um importante reduto do grupo extremista perto da capital Bagdá, disseram autoridades nesta terça-feira.
De acordo com um comandante do Exército e um policial, os soldados da força de elite iraquiana Equipe de Reação Rápida conseguiram derrubar os terroristas, mas sofreram perdas. “Nossas forças receberam fogo pesado, mas elas estão bem instaladas nas trincheiras e nos túneis”, afirmou o comandante no Campo Tariq, a base recuada do Iraque no sul de Falluja, localizada 50 quilômetros a oeste de Bagdá. Falluja é a segunda maior cidade iraquiana ainda sob controle dos militantes depois de Mosul, sua capital de fato no norte, que tinha cerca de 2 milhões de habitantes antes da guerra.
Agentes humanitários estão cada vez mais preocupados com a segurança dos 50 mil civis que seguem presos em Falluja, incapazes de fugir. Segundo a rede BBC, as pessoas têm acesso limitado a água, alimentos e assistência de saúde e estão sendo assassinadas por se recusarem a lutar em favor do grupo.
“Uma catástrofe humana está se desenrolando. Famílias inteiras estão encurraladas no fogo cruzado e não têm nenhuma saída segura”, disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho de Refugiados Norueguês, uma das entidades que ajudam os civis que saíram da cidade. De acordo com o porta-voz da Agência de Refugiados da ONU (UNHCR, na sigla original), William Spindler, centenas de famílias estão sendo usadas como “escudos humanos” pelo EI no centro da cidade, para conter a entrada do exército.
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Um funcionário do principal hospital da cidade disse que a equipe de atendimento recebeu relatos de 32 civis mortos na segunda-feira. Fontes médicas relataram que o saldo de mortes da primeira semana da ofensiva iniciada no dia 23 de maio está em cerca de 50 pessoas, sendo 30 civis e 20 militantes.
Falluja está sitiada pelo EI há mais de seis meses. Organizações de assistência estrangeiras não se encontram na localidade, mas buscam fornecer ajuda àqueles que conseguem sair e chegar a campos de refugiados. “Em nove dias só soubemos de uma única família que conseguiu escapar de dentro da cidade”, afirmou Egeland em um comunicado nesta terça-feira. “As partes em guerra precisam garantir uma saída segura para os civis agora, antes que seja tarde demais e mais vidas sejam perdidas”.
(Com Reuters)