Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Egito vota para eleger islamita ou ex-primeiro-ministro de Mubarak

Por Por Hasen Juini
13 jun 2012, 11h51

Os egípcios estão convocados para comparecer às urnas no sábado e no domingo para eleger seu futuro presidente, em um segundo turno que terá a disputa entre Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, e Ahmed Shafiq, o último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, o ditador derrubado na Primavera Árabe.

Mursi, que obteve 24,7% dos votos no primeiro turno, tem o sólido apoio da rede da Irmandade Muçulmana, a confraria islamita que já domina o Parlamento e que alguns temem que também chegue agora à Presidência.

Esse engenheiro de 60 anos, graduado em uma universidade dos Estados Unidos, tenta seduzir para além do eleitorado islamita e assegura que manterá as liberdades adquiridas após a revolução, que não obrigará as mulheres a utilizar o véu ou que vai garantir os direitos da minoria cristã.

Mas seu rival, Ahmed Shafiq, o último chefe de governo de Hosni Mubarak, não tem medo de atacar e denuncia o que considera o “perigo islamita”.

A vitória de um islamita nas eleições presidenciais colocará “a nação em perigo”, afirmou Shafiq após o anúncio dos resultados do primeiro turno, no qual obteve 23,6% dos votos.

Nos últimos dias, Shafiq acusou a poderosa confraria de ter organizado atos violentos durante a revolta contra o regime de Mubarak no início de 2011, ou de ser a responsável pelo ataque no fim de maio contra seu quartel-general de campanha no Cairo.

Continua após a publicidade

Em uma entrevista recente à AFP, Shafiq afirmou que os eleitores “cometeram um erro” nas eleições ao tornarem a Irmandade Muçulmana a primeira força do Parlamento.

Para ter certeza de que poderá chegar à presidência, este ex-primeiro-ministro de Mubarak, de 70 anos, terá que esperar a decisão na quinta-feira do alto tribunal constitucional sobre uma lei que proíbe que os funcionários de alto escalão do antigo regime se apresentem às eleições.

O duelo Mursi-Shafiq “é a pior das situações possíveis. Se Shafiq vencer, significará que a revolução foi abortada. Se Mursi ganhar, significará que o país será governado pelo programa da Irmandade, rejeitado pela maioria dos egípcios”, assegura à AFP Hassan Nafaa, um analista político.

“Não se pode esquecer que no primeiro turno a maioria do país não votou nem por Mursi, nem por Shafiq”, acrescentou.

Diante deste dilema, os militantes pró-democráticos começaram a mobilizar e convocaram os 50 milhões de eleitores a se abster ou a votar em branco.

Continua após a publicidade

O Egito, país mais populoso do mundo árabe, com 82 milhões de habitantes, foi o segundo na região, depois da Tunísia, a ver seu presidente cair no ano passado pela pressão de uma revolta popular. Hosni Mubarak foi condenado no dia 2 de junho à prisão perpétua por sua responsabilidade na repressão da revolta.

O estado de saúde de Mubarak, de 84 anos, preso no Cairo desde sua condenação, pesa nas eleições presidenciais e no clima político geral do país. Várias fontes indicam que seu estado de saúde está piorando desde sua sentença.

Além do Parlamento e do Senado, os islamitas também dominam a comissão encarregada de elaborar uma nova Constituição, que na terça-feira elegeu seus membros, indicou a imprensa.

Na ausência de uma Constituição (a que estava em vigor sob a era Mubarak está suspensa), os poderes que o próximo presidente terá em seu mandato de quatro anos são ainda pouco claros.

O Exército egípcio, no poder desde a queda do regime e que prometeu cedê-lo ao presidente eleito antes do fim de junho, assegurou que será neutro e mobilizará 150 mil soldados para manter a segurança e evitar confrontos violentos durante a votação.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.