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Egípcios culpam governo militar por falta de segurança

Por Por Jailan Zayan
3 fev 2012, 15h45

No primeiro ano desde que protestos levaram à queda do presidente Hosni Mubarak, o caminho rumo à democracia no Egito foi marcado por confrontos sangrentos e um aumento da criminalidade, o que fez crescer a pressão sobre o conselho militar que comanda a transição.

No dia 25 de janeiro do ano passado, os egípcios tomaram as ruas em uma demonstração eletrizante de união e, em apenas 18 dias, conseguiram por fim ao governo de três décadas de Mubarak.

O novo Egito, contudo, tem sido abalado pela instabilidade desde que as onipresentes e odiadas forças policiais de Mubarak desapareceu das ruas durante o levante.

Sucessivos premiês e ministros do Interior prometeram fazer da segurança a prioridade deles.

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Mas os manifestantes estão furiosos de que seus pedidos para reestruturar o ministério do Interior tenham sido ignorados, culpando pessoas leais ao regime de Mubarak de orquestrar a violência através da polícia e acusando o conselho militar de incompetência e até mesmo de cumplicidade.

As queixas agora estão transbordando, depois que 74 pessoas morreram em confrontos após uma partida de futebol entre o time Al-Masry de Port Said e Al-Ahly, do Cairo.

Os enfrentamentos em Port Said aconteceram “já que a segurança assistiu sem fazer nada, como fizeram em ocasiões anteriores e talvez até tenham contribuído para o massacre”, escreveu Ibrahim Mansur, um colunista do jornal independente Al-Tahrir.

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Os espectadores ficaram chocados quando a televisão estatal mostrou as imagens da tropa de choque assistindo parada ao surgimento do pandemônio que começou nas arquibancadas do estádio e se espalhou para o campo.

“Não foi uma partida de futebol entre Masry e Ahly. Foi uma batalha política sangrenta contra a revolução”, escreveu Wael Qandil, um colunista do Al-Shorouq.

Comentaristas e agora manifestantes furiosos nas cidades em todo país, acusam líderes militares de espalhar o caos deliberadamente para justificar sua presença contínua nas esferas mais altas da política do Egito.

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A polícia egípcia tem sido criticada por suas duras táticas, tendo recebido recentemente instruções para lidar cautelosamente com manifestações de rua que têm se multiplicado desde a queda de Mubarak.

O ministério do Interior demitiu policiais, lançou campanhas de relações públicas e mudou seu lema para “a polícia a serviço do povo” em uma tentativa de restaurar sua reputação e reconquistar confiança.

Em meio a estas promessas de uma postura mais leve, confrontos nas ruas, violência sectária, ataques a gasodutos para Israel e roubos enfureceram ainda mais os egípcios.

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“O regime militar poderia ter garantido o retorno da segurança às ruas, como fizeram durante as eleições”, disse Mansur, do Al-Tahrir.

As eleições parlamentares realizadas durante três meses desde novembro foram comemoradas em todo o mundo por terem sido seguras e ordenadas, quase uma anomalia em meio à onda de crimes atual.

Esta semana atiradores invadiram uma transportadora de valores no Cairo, aumentando para cinco o número de roubos em menos de uma semana.

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Na última semana um ataque à mão armada em uma casa de câmbio de um resort de Sinai, o Sharm el-Sheikh, deixou um turista francês morto quando quatro ladrões mascarados atiraram contra a polícia ao fugir do local.

A situação da segurança é pior na península do Sinai por causa da comunidade de moradores beduína fortemente armada.

Na sexta-feira, beduínos armados sequestraram – e posteriormente libertaram – duas americanas e o guia turístico egípcio delas no caminho para o monastério histórico de Santa Catarina no Sinai.

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