Cairo, 25 jan (EFE).- Com vuvuzelas, máscaras e todo tipo de artigos de festa, os egípcios decoraram nesta quarta-feira a emblemática praça Tahrir para comemorar o primeiro aniversário da revolução que tirou do poder o presidente Hosni Mubarak.
Por mais que os ativistas insistissem na necessidade de manter as reivindicações políticas, sobretudo a da transferência do poder dos militares a uma autoridade civil, a maioria das pessoas preferiu participar da festa.
Mas ninguém se esquecia que as exigências dos manifestantes, como a libertação dos detidos e as indenizações às vítimas continuam de pé.
‘O povo adora comemorar tudo isto’, disse à Agência Efe Naguan al Ashual, enquanto distribuía panfletos da campanha ‘El Proyecto’, que pretende conscientizar a população sobre o atual processo de transição democrática.
Na festa de cenário revolucionário, famílias inteiras improvisaram qualquer espaço da praça para sentar e descansar, comer sanduíches e tomar chá enquanto as passeatas chegavam de diferentes pontos da capital egípcia.
Em um dos acessos à praça, um grupo de islamitas discutia com vários jovens que recriminavam seu pouco apoio aos objetivos da revolução. Um dos integrantes do grupo, Ahmed Sirag, discordava do que diziam sobre os islâmicos.
‘Devem nos escutar antes de opinar sobre nós. Precisamos do islã verdadeiro e por enquanto não há nada para comemorar, porque ainda estamos sob o antigo regime’, destacou Sirag.
No epicentro da revolta que desbancou do poder o ditador Hosni Mubarak, a memória do ex-presidente foi esquecida e o que se via eram cartazes com imagens dos mortos nos protestos do último ano. EFE
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