Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Economia está no centro da agenda de Dilma em Cuba

Presidente deve assinar acordos comerciais com o governo de Raúl Castro

Por Da Redação
30 jan 2012, 16h55
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A presidente Dilma Rousseff desembarcou na noite desta segunda-feira em Havana com temas comerciais no centro de sua agenda. A chefe de estado brasileira chegou na capital cubana às 20 horas (17 horas em Cuba), foi recebida pelo chanceler Bruno Rodríguez e não fez declarações à imprensa. Ela só tem compromissos oficiais nesta terça-feira, a começar por uma reunião e um almoço com o presidente cubano, Raúl Castro.

    Publicidade

    Leia também:

    Publicidade

    Leia também: Para dissidentes, nada muda com visita de Dilma a Cuba

    A principal atividade do dia, porém, será uma visita ao Porto de Mariel, que está sendo ampliado com investimento de empresários e do governo brasileiros, que financiam 80% das obras avaliadas em 683 milhões de dólares (1,186 bilhão de reais). A ampliação do porto, localizado a 50 quilômetros de Havana, é considerada estratégica pelas autoridades cubanas, que veem em Mariel uma base para aumentar o intercâmbio comercial de Cuba. O governo cubano planeja transformar a região em um polo industrial. Um dos projetos é a construção na área de uma indústria de vidros – uma multinacional brasileira. O assunto foi discutido em meados deste mês com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que esteve em Havana para preparar a visita de Dilma.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Durante sua visita a Cuba, a presidente irá concentrar as conversas bilaterais no apoio do governo brasileiro à ampliação de parcerias comerciais e acordos com os cubanos. As relações econômicas com o Brasil se intensificaram nos últimos anos, e o país se transformou em um dos principais parceiros de Cuba no terreno do comércio e do investimento. Entre 2006 e 2010, as trocas comerciais entre Brasília e Havana registraram um crescimento de 30%, passando de 376 milhões de dólares para 488 milhões, segundo dados oficiais. Entre janeiro e novembro de 2011, o fluxo comercial bilateral seguiu com um ritmo ascendente e chegou a 570 milhões de dólares.

    O aumento do comércio com outras nações é resultado da política econômica de Raúl Castro, que tem apelado para que se aprofundem os debates sobre as mudanças na economia interna e defende o que chama de “mudança de mentalidade”. Desde 2010, o dirigente cubano instaurou um processo de abertura da economia do país. As medidas envolvem o estímulo à diminuição dos funcionários públicos por meio de programas de demissão voluntária, a liberação de compra de automóveis e imóveis, a permissão para negócios autônomos e o incentivo à agricultura familiar. Essas mudanças foram a alternativa encontrada pelo governo cubano para tentar driblar as dificuldades causadas pelo embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde 1962.

    Publicidade

    Direitos humanos – Dilma visita a ilha caribenha poucos dias após o Brasil ter concedido um visto à dissidente cubana Yoani Sánchez, que desde 2004 tenta viajar ao exterior mas não consegue autorização do governo. Sánchez enviou a Dilma uma carta na qual lhe pediu que intercedesse por ela perante o governo de Raúl Castro para conseguir a permissão de saída da ilha para comparecer, no próximo dia 10, em Jequié, na Bahia, à estreia do documentário Conexão Cuba-Honduras, do cineasta brasileiro Dado Galvão, sobre a repressão à liberdade de expressão na ilha caribenha.

    Continua após a publicidade

    O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou que o tema será abordado publicamente por Dilma nas reuniões com o governo cubano. No último sábado, em Davos, na Suíça, o chanceler disse ainda que os direitos humanos “não são uma situação emergencial” em Cuba, mas afirmou que a questão é constantemente abordada nas conversas entre as autoridades brasileiras e cubanas e elogiou a abertura do diálogo político no país, entre governo e Igreja Católica.

    Publicidade

    Yoani Sánchez também solicitou uma audiência com Dilma, mas não obteve resposta do Ministério das Relações Exteriores. Um outro encontro, porém, é bastante provável, apesar de não ter sido confirmado ainda pelo Itamaraty: o de Dilma e Fidel Castro, de 85 anos, ex-ditador de Cuba que governou o país até 2008. A agenda da presidente inclui uma homenagem, nesta terça-feira, ao político e escritor cubano José Martí, considerado herói nos países que foram colônias espanholas por ter liderado os processos de independência.

    Atualizado às 21h32

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    (Com agência EFE)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.