Os escritórios do ditador líbio Muamar Kadafi, bombardeados no domingo à noite, representam um “alvo legítimo”, consideraram nesta terça-feira os ministros americano e britânico da Defesa, Robert Gates e Liam Fox. Mais cedo, a Líbia havia feito um pedido à Rússia para que convocasse uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para examinar a “tentativa de tomar como alvo” o coronel Kadafi e o bombardeio de “instalações civis” na Líbia, conforme informou a rede de televisão estatal.
“A Líbia fez a solicitação à Rússia, oficialmente, ante a persistente agressão colonialista dos cruzados contra instalações civis líbias, e a tentativa de tomar como alvo o líder Muamar Kadafi”, informou a televisão. “Os bombardeios (realizados sob o patrocínio da Otan) são contrários às resoluções do Conselho (de Segurança da ONU 1970 e 1973) e violam as leis e convenções internacionais”, acrescentou.
O regime líbio considerou que o ataque que destruiu o gabinete de Kadafi foi uma “tentativa de assassinato”. No entanto, a Otan desmentiu que o coronel tivesse sido o alvo dos bombardeios. A Rússia, que tem direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, multiplicou nas últimas semanas as críticas à coalizão internacional, julgando que sua intervenção excede o mandato das Nações Unidas.
Refugiados – Cerca de 30.000 líbios fugiram da região das Montanhas do Oeste da Líbia e passaram para a fronteira do sul da Tunísia nas últimas três semanas, informou nesta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur). Só na sexta-feira passada, 15.000 pessoas haviam passado por essa região.
“A maioria dos refugiados são bérberes e contaram que haviam fugido dos combates es bombardeios contra suas cidades e povoados nas Montanhas do Oeste”, declarou um porta-voz da agência da ONU, Andrej Mahecic, durante encontro com a imprensa. “As cidades de Nalut e Wazin foram completamente abandonadas. Restam, apenas, alguns homens; as mulheres e as crianças já saíram de lá”, destacou.
No leste da Líbia, um avião contratado pelo Acnur pousou nesta segunda-feira em Bengasi, levando a bordo material de ajuda humanitária. Trata-se do primeiro avião humanitário da ONU a aterrissar na cidade desde que começou o conflito. O carregamento compreendia, em particular, hospitais de campanha, utensílios de cozinha e barracas, assim como veículos e equipamentos para o Acnur, que pretende abrir um escritório no local.
(Com agência France-Presse)