Damasco, 17 mar (EFE).- Ao menos 27 pessoas morreram neste sábado e 97 ficaram feridas em um duplo atentado contra prédios da Segurança do estado em Damasco, revelou o ministro de Saúde sírio, Wael Halaqi, citado pela TV privada síria ‘Dunya’.
A emissora e agências oficiais afirmaram que entre as vítimas há civis e membros do setor de segurança, mas ainda não informaram dados sobre o número de mortos e feridos.
A agência oficial de notícias ‘Sana’ tinha informado que dois carros-bomba explodiram neste sábado em Damasco, em ações que o veículo oficial classificou como ‘terroristas’.
O primeiro atentado ocorreu na sede da Inteligência Aérea, no norte da capital síria, e o segundo em frente ao prédio da Segurança Criminal, no oeste da cidade, às 7h40 (2h40 de Brasília).
Um médico da Cruz Vermelha que pediu anonimato afirmou que no norte da capital pelo menos 40 pessoas foram feridas, algumas delas gravemente.
Damasco voltou a ser palco de atentados, apesar de ter se mantido relativamente tranquila desde a explosão da rebelião contra o presidente sírio, Bashar al Assad, em março do ano passado.
Em dezembro, pelo menos 40 pessoas morreram na capital em dois ataques suicidas com carro-bomba que explodiram de forma quase simultânea dois edifícios da Segurança Central, em um ataque que as autoridades atribuíram à organização terrorista Al Qaeda.
No dia 6 de janeiro, um ataque suicida matou 20 pessoas em Damasco, enquanto quatro dias depois 28 pessoas morreram em um duplo atentado em Aleppo, outra cidade que se mantém relativamente à margem da revolta.
As explosões deste sábado acontecem depois de o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, declarar sua intenção de enviar nos próximos dias uma missão técnica à Síria para continuar as conversas com as partes envolvidas e achar uma solução à crise.
Desde que começaram os protestos em março de 2011, mais de 8 mil pessoas morreram pela repressão governamental na Síria, segundo a ONU, mas o regime responsabiliza pela violência supostos grupos terroristas.
Já o líder do opositor Conselho Nacional Sírio (CNS), Borhan Golion, responsabilizou o regime de Damasco pelos atentados suicidas realizados neste sábado na capital, e afirmou que o objetivo do Governo é demonstrar que há grupos terroristas operando no país. EFE