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Duplo atentado em Damasco causa mais de 40 mortes e provoca alarmes

Por Da Redação
23 dez 2011, 16h41

Cairo, 23 dez (EFE).- Pelo menos 44 pessoas morreram nesta sexta-feira em Damasco em um duplo atentado, um dos mais sangrentos ocorridos na Síria, o que provocou alarmes em um momento de grande tensão no país após a chegada da missão de observadores da Liga Árabe.

Duas fortes explosões ocorreram após as 10h locais (6h de Brasília) no distrito de Kfar Souseh, perto de dois prédios da Segurança e da Inteligência sírias.

O Ministério do Interior da Síria informou em comunicado que foram dois ataques suicidas com carro-bomba, detonados de forma quase simultânea nas imediações dos dois edifícios.

‘O modo de execução desses atentados e a escolha de lugares movimentados implica a marca da Al Qaeda e representa uma escalada qualitativa das operações terroristas dos grupos radicais islâmicos contra a Síria’, indica o Ministério.

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Além das 44 mortes de civis e agentes de segurança, 166 ficaram feridas, segundo os últimos dados divulgados pelo governo sírio, que insiste que os atos violentos dos últimos meses são obra de supostos grupos armados terroristas.

Este duplo atentado ‘demonstra a cara verdadeira do plano contra o qual a Síria está enfrentando e que pretende prejudicar sua segurança e estabilidade’, afirma o comunicado.

As imagens divulgadas na televisão mostraram vários danos materiais na área, assim como corpos carbonizados.

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A última vez que houve um ataque desse porte na capital síria foi em 27 de setembro de 2008, quando a explosão de um carro-bomba causou a morte de 17 pessoas e feriu outras 14 na área de Saida Zainab, que abriga uma mesquita xiita de mesmo nome.

A suspeita é que esse ataque tenha sido cometido por membros do grupo terrorista sunita Fatah al-Islam, que confessaram a autoria do atentado ante a televisão síria e disseram ter recebido dinheiro da coalizão anti-Síria libanesa.

O atentado desta sexta-feira é o maior que atinge a Síria desde os anos 1980 e coincide com um momento de grande tensão no país, marcado pela repressão dos protestos populares que já deixaram mais de 5 mil mortos desde março, segundo a ONU. Enquanto Damasco fala em terrorismo, os opositores culpam a violência pela repressão do regime.

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Neste contexto, um grupo de observadores da Liga Árabe chegou nesta quinta-feira à Síria para comprovar ‘in loco’ o cumprimento da iniciativa árabe para solucionar a crise no país, que estipula – entre outros pontos – o fim da violência, a libertação dos presos em protestos e a retirada militar das cidades.

A missão de observadores foi aceita pelas autoridades na segunda-feira passada, quando assinaram com a Liga Árabe um protocolo pelo qual se comprometeram a garantir a liberdade de movimentos da delegação, que irá chegando ao país progressivamente.

Nesta sexta-feira, os observadores visitaram o local dos atentados, segundo a televisão oficial, que não deu mais detalhes.

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O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal órgão da oposição do país, responsabilizou o regime do presidente Bashar al Assad pelos atentados.

Em declarações à Agência Efe, Omar Edelbe, porta-voz do CNS, explicou que o regime pretende ‘desorientar’ os observadores árabes e fazê-los acreditar que a Síria está enfrentando ‘um perigo externo, e não uma revolução popular’.

No restante do país, enquanto isso, a violência continua. Os opositores Comitês de Coordenação Local destacaram que pelo menos 16 pessoas morreram devido à repressão, oito delas na província central de Homs, um dos redutos da oposição ao regime.

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Num dia chamado pelos opositores como ‘sexta-feira do protocolo da morte’, os Comitês lembraram que, desde a chegada da delegação da Liga Árabe, o número de vítimas chegou a 56 pessoas.

As campanhas de prisões e a repressão aos manifestantes prosseguiram em províncias como Idlib (norte), Deraa (sul) e Dir Zur (leste).

No entanto, a gravidade dos atentados desta sexta-feira marca um ponto de inflexão na situação da capital síria, que até o momento tinha se mantido relativamente tranquila, à margem da violência. EFE

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