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Droga falha e condenado agoniza por quase 2 horas antes de morrer

Problema na execução de homem que assassinou a ex-namorada e o ex-sogro volta a levantar debate sobre a pena de morte nos Estados Unidos

Por Da Redação
24 jul 2014, 20h18

Um novo caso de falha na execução de um condenado volta a levantar a discussão sobre a pena de morte nos Estados Unidos. Ontem, um homem condenado no Arizona demorou quase duas horas para morrer depois de receber uma injeção letal. Joseph Wood, de 55 anos de idade, havia sido condenado pelo assassinato da ex-namorada e do ex-sogro. Segundo o jornal britânico The Guardian, o processo de execução foi tão demorado que os advogados do condenado tiveram tempo de protocolar um recurso para tentar interromper a ação.

O apelo, alegando que o procedimento violava o direito constitucional que veta uma punição cruel, foi negado por um magistrado da Suprema Corte. “Ele engasgou e lutou para respirar por cerca de 1 hora e 40 minutos”, disse um dos defensores, Dale Baich. “O Arizona parece ter se juntado a vários outros Estados que têm sido responsáveis por um horror totalmente evitável: uma execução mal feita”. O advogado defendeu que o sistema prisional dos Estados Unidos interrompa o uso de novos coquetéis de drogas em presos sentenciados à morte. “Vamos renovar nossos esforços para obter informações sobre as drogas manipuladas, além de investigarmos como o Arizona obteve as drogas experimentais utilizadas”.

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O diretor da Secretaria de Administração Penitenciária, Charles Ryan, disse que o protocolo foi seguido e que a execução foi monitorada por uma equipe médica licenciada. Segundo ele, Wood estava “total e profundamente sedado” cinco minutos depois de as drogas começarem a ser administradas, e que os médicos confirmaram que ele permaneceu sedado antes de sua morte ser declarada.

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A governadora do Arizona, Jan Brewer, expressou preocupação e ordenou uma revisão dos procedimentos. Mas também disse que a Justiça foi feita e que a execução foi legal. “Uma coisa é certa, no entanto, o condenado Wood morreu de forma legítima e, segundo relatos de testemunhas e médicos, ele não sofreu”, disse a republicana, em comunicado, lembrando o “horrível e cruel sofrimento” imposto às duas vítimas do condenado, “e o sofrimento para a vida toda que ele causou à família das vítimas”.

A controvérsia em torno da execução irritou os parentes das vítimas mortas por Wood em 1989. “Você não sabe o que é doloroso. Doloroso é ver o seu pai deitado em uma poça de sangue, a sua irmã deitada em uma poça de sangue. Esse homem mereceu isso. E eu nem sei se deveria chamá-lo de homem”, disse Jeanne Brown, que acompanhou a execução.

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Outro caso – Em abril, no Estado de Oklahoma, Clayton Lockett, condenado por estupro e assassinato, agonizou durante mais de 30 minutos antes de morrer. Depois disso, advogados de vários presos condenados à morte inundaram o sistema judicial com apelações para reverter as sentenças, alegando que as substâncias não são seguras o suficiente para os criminosos morrerem sem sofrimento.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, em inglês) pediu que os Estados que aplicam a pena de morte tornem públicos os nomes das drogas usadas nos novos coquetéis letais. “É hora do Arizona e de dos outros Estados que ainda utiliza injeções letais admitirem que esse experimento com drogas não confiáveis é um fracasso”, afirmou, por meio de um comunicado.

As execuções eram geralmente realizadas com três drogas específicas: um anestésico para deixar o condenado inconsciente, seguido de um agente paralisador para impedi-lo de se mover e uma terceira substância que interrompia o bombeamento de sangue para o coração. Após empresas europeias impedirem os Estados Unidos de utilizarem os seus produtos para executar presos, o país passou a buscar outras substâncias em sigilo, o que ampliou as críticas em torno dos limites constitucionais da pena capital.

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