Bamaco, 12 abr (EFE).- O presidente do Parlamento de Mali, Dioncounda Traoré, foi empossado oficialmente nesta quinta-feira presidente interino do país, em uma cerimônia em Bamaco sob fortes medidas de segurança.
A posse, na qual esteve presente o chefe da junta militar que tomou o poder do país em 22 de março, Amodou Haya Sanogo, foi precedida pelo anúncio oficial do Conselho Constitucional de que a Presidência do país estava à disposição.
‘A missão do presidente será a organização de eleições (presidenciais) no prazo de 40 dias, mas não sabemos se este prazo será suficiente’, declarou o presidente do Conselho Constitucional, Nouhoum Tapily, em discurso que precedeu o juramento ao cargo de Traoré.
A posse do novo presidente, de 69 anos, anunciada há dois dias, representa um grande avanço em direção ao retorno constitucional que foi cancelado pelos militares após o triunfo do levante militar.
Este passo foi possível graças à mediação da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao), dirigida Burkina Fasso.
Em 6 de abril, a Cedeao conseguiu que Sanogo se comprometesse a restaurar a ordem constitucional em troca do levantamento das sanções impostas por esta organização africana e da garantia de anistia aos militares golpistas.
No entanto, a natureza da transição, que inclui a escolha de um primeiro-ministro de consenso, ainda precisa de mediação das autoridades do entorno.
Assim, está previsto que representantes de partidos políticos, grupos da sociedade civil e membros do Exército malinês se reúnam no sábado em Burkina Fasso para definir a transição.
Os representantes malienses se reunirão com o presidente de Burkina Fasso, Blaise Compaoré, para buscar consenso em torno da personalidade mais idônea para ocupar a chefia do Governo.
Traoré retornou a Mali no sábado procedente de Burkina Fasso, onde estava quando aconteceu o golpe de Estado.
Em havia sido designado pelo principal partido de Mali, a Aliança pela Democracia (ADEMA-PASJ), como candidato às eleições presidenciais que estavam previstas para o fim do mês.
Além da crise no poder e da organização do pleito, Traoré deverá enfrentar a situação no norte do país, onde na sexta-feira um grupo de rebeldes tuaregue proclamou a independência do Estado de Azawad. EFE
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