Autoridades na França, na Itália e na Grécia reportaram até o início da tarde desta segunda-feira, 25, sete mortes decorrentes de tempestades que assolaram os países durante o fim de semana. Além dos escombros e das enchentes, outras três pessoas, pelo menos, ainda estariam desaparecidas.
As fortes chuvas se concentraram no litoral sul da França, no norte da Itália — incluindo a cidade de Veneza, que já sofria com inundações decorrentes maré alta desde o início do mês — e no oeste da Grécia.
Quatro pessoas foram declaradas mortas em território francês. Dois septuagenários, um casal, foram encontrados mortos dentro de um carro submerso; uma terceira pessoa também foi descoberta na mesma situação em um caso distinto. O quarto faleceu após um barco de resgate afundar no mar Mediterrâneo. Duas pessoas foram consideradas como desaparecidas.
Na Itália, apenas uma morte foi registrada: uma mulher cujo carro foi levado pela enchente no rio Bormida, no noroeste italiano. Mas as autoridades ainda consideram a possibilidade de vítimas do colapso de parte de uma rodovia na cidade de Savona, a menos de 50 quilômetros de Gênova, onde mais de 40 pessoas morreram na queda de uma ponte há 15 meses.
Já próximo ao porto de Antirio, na Grécia, foram encontrados os corpos de dois homens por volta dos 50 anos — que se acreditam serem “turistas”, segundo a agência de notícias americana Associated Press. Uma pessoa foi reportada como desaparecida em Kineta, a 50 quilômetros da capital Atenas.
Embora ainda não tenham sido reportadas vítimas fatais em Kineta, a vila litorânea é vista pela imprensa internacional como a localidade mais atingida pelos dilúvios. Deslizamentos das colinas ao redor de Kineta bloquearam estradas com árvores e rochas.
Os bombeiros, que resgataram dezenas de pessoas presas em casas e carros alagados, devem levar dias para terminar de varrer os escombros. O jornal grego Ethnos disse que Kineta, atingida pela “fúria da natureza”, experienciou uma “catástrofe bíblica”.
Também muito afetada pelas tempestades foi a comunidade francesa de Roquebrune-sur-Argens, por onde passa o rio Argens, que subiu sete metros no final de semana. Na região do Var, onde fica a comunidade, choveu em menos de dois dias o equivalente a três meses, segundo o departamento meteorológico do governo da França.
Sem relação ao aquecimento global
Em comentário divulgado pelo jornal britânico The Guardian, o meteorologista Jean-Pierre Hameau — do serviço de meteorologia do governo da França, o Météo France — disse que as tempestades foram fruto de um fenômeno recorrente no Mediterrâneo, conhecido em francês como cévenols, em referência à região de Cévennes, no sul do país.
“[Esse fenômeno] ocorre três a seis vezes por ano. Normalmente, acontece nos meses de setembro e outubro, mas às vezes encontramos essas condições [de fortes chuvas] em novembro”, disse Hameau.
“Isso não está relacionado com o aquecimento global. Houve cévenols ‘antes’ e não houve nenhum aumento de intensidade desde que as temperaturas aumentaram [mundialmente]. Mas há um aumento de intensidade nas chuvas”, completou.