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Depois dos ataques, ONU promete manter missão afegã

Representante especial diz que Nações Unidas querem voltar a Mazar-e-Sharif

Por Da Redação
2 abr 2011, 17h02

Também neste sábado, dez pessoas morreram em Kandahar, no sul do Afeganistão, em novos protestos contra a recente queima de um exemplar do Corão nos Estados Unidos

O ataque contra a Organização das Nações Unidas (ONU), na sexta-feira, em Mazar-e-Sharif, não afetará a presença das Nações Unidas no país, afirmou neste sábado Staffan de Mistura, representante especial do secretário-geral Ban Ki-moon. O ataque e a morte de sete funcionários da organização “não afetará a presença e as atividades da ONU neste momento delicado e crucial”, disse o enviado da ONU em uma entrevista coletiva, em Cabul.

O representante especial da ONU anunciou “um deslocamento temporário” para Cabul de onze funcionários estrangeiros das Nações Unidas que trabalhavam em Mazar-e-Sharif, já que os escritórios que a ONU ocupava no local ficaram totalmente destruídos no ataque. “Mas não se trata de uma evacuação. É uma transferência temporária, porque os escritórios foram destruídos. Voltaremos (a Mazar-e-Sharif) quando pudermos instalar um estrutura suficientemente segura.”

Revolta – Também neste sábado, dez pessoas morreram em Kandahar, no sul do Afeganistão, em novos protestos contra a recente queima de um exemplar do Corão nos Estados Unidos. Na véspera, sete funcionários da ONU também morreram no ataque mais violento contra as Nações Unidas desde a invasão do Afeganistão em 2001. Os protestos deste sábado começaram no centro da cidade e se ampliaram a outros pontos. Todos os mortos e feridos são manifestantes. Além disso, 17 pessoas foram detidas.

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Os rebeldes atacaram edifícios públicos e privados e incendiaram veículos. A polícia enfrentou os manifestantes, que seguiam para os escritórios da ONU e os edifícios do governo provincial. “Hoje, como resultado das violentas manifestações em Kandahar, 73 pessoas ficaram feridas e nove morreram”, afirma um comunicado da administração local. “Às 9 horas (1h30 de Brasília) teve início uma manifestação pacífica contra a queima do Corão nos Estados Unidos. Elementos destrutivos se infiltraram entre a multidão e tentaram gerar violência”, declarou Zalmai Ayubi, porta-voz do governo de Kandahar.

A polícia atirou para o alto para tentar impedir o avanço dos manifestantes até os escritórios das Nações Unidas e aos prédios administrativos. Os manifestantes gritavam frases como “Morte aos Estados Unidos” e “Morte a (Hamid) Karzai”, o presidente afegão. “Insultaram o nosso Corão”, gritou um deles. Uma coluna de fumaça era observada em vários bairros da cidade. Manifestantes retiraram dois corpos de Chawk Saheedan, área do centro da cidade onde o protesto teve início.

Mais mortes – Na sexta-feira, sete funcionários estrangeiros da ONU, quatro guardas nepaleses e três europeus, morreram em um protesto similar na cidade de Mazar-i-Sharif, norte do país. Os talibãs assumiram a responsabilidade do ataque, no qual parte do complexo da ONU foi incendiado. O governador da província de Balj, Ata Mohammad Noor, informou que outras cinco pessoas, supostamente manifestantes, morreram e pelo menos 20 ficaram feridas. Vinte foram detidas. “Alguns manifestantes estavam claramente armados e invadiram o edifício para queimar o local”, afirmou em Nova York o diretor de operações para manutenção da paz da ONU, Alain Le Roy.

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O ataque de sexta-feira foi o mais grave sofrido pela ONU desde um atentado com bomba que teve como alvo escritórios das Nações Unidas em 2007 em Argel, com um balanço de 17 funcionários mortos. O Conselho de Segurança da ONU celebrou uma reunião especial na sexta-feira e pediu ao governo afegão que reforce a proteção dos funcionários das Nações Unidas.

Os protestos foram motivados pela queima de um exemplar do Corão no Dove World Outreach Center, uma igreja evangélica de Gainesville, Flórida, no dia 20 de março. O pastor Terry Jones, líder da igreja, afirmou: “Não nos sentimos responsáveis pelo ataque, porque os elementos radicais do islã estão usando (a queima) como desculpa para promover suas atividades violentas”.

(Com agência France-Presse)

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