Depois do Reino Unido, Alemanha anuncia medidas mais rígidas contra Covid
'Estamos hoje em dia em situações limite em vários hospitais, o que nos levou mais uma vez a adotar estas resoluções', explicou a chanceler Angela Merkel
Para tentar conter a propagação do novo coronavírus, a Alemanha concordou nesta terça-feira, 5, em prolongar até o dia 31 de janeiro as restrições contra a Covid-19 – incluindo o fechamento de colégios e serviços não essenciais – e endurecer algumas delas, como a de reuniões privadas, que a partir de agora só poderão ocorrer entre duas pessoas, ao invés das cinco permitidas atualmente, de fora do núcleo de convivência.
Embora não seja contemplado um confinamento estrito como o imposto por vários países europeus, como o Reino Unido, serão limitados os deslocamentos em um raio de 15 km do domicílio dos locais onde a incidência supere os 200 novos contágios por 100.000 habitantes. Atualmente, isto afeta 10 milhões de pessoas, sobretudo no leste do país.
“Estamos hoje em dia em situações limite em vários hospitais, o que nos levou mais uma vez a adotar estas resoluções”, explicou a chanceler Angela Merkel, em entrevista coletiva após o anúncio.
As medidas fazem parte do novo pacote de restrições à vida pública e à atividade econômica acordado entre a chanceler e os chefes dos 16 governos regionais do país.
“Temos que reduzir ainda mais nossos contatos sociais para combater” a pandemia, disse a chanceler, que também justificou as restrições pela expansão da nova cepa identificada no Reino Unido.
Na quarta-feira, 30 de dezembro, a Alemanha registrou pela primeira vez mais de mil mortes em um único dia pela Covid-19. Em 24 horas, foram contabilizadas 1.129 mortes pela doença, o maior número desde o início da pandemia.
A Alemanha não conseguiu reduzir o número de contágios após dois meses de restrições, mesmo após o lockdown parcial imposto em novembro. Nesta terça, o país registrou 11.897 novos contágios (um número influenciado pelos feriados recentes) e 944 mortes, acumulando 1.797.410 infecções e 35.518 óbitos.
O governo alemão garantiu 300 milhões de doses da vacina contra o coronavírus, que começaram a ser distribuídas em 27 de dezembro do último ano, para atender às necessidades do país de maior peso demográfico da União Europeia, com 83 milhões de habitantes.
É esperado que cerca de 700.000 doses semanais sejam administradas a partir de janeiro, com prioridade para grupos mais vulneráveis, como residentes em lares de idosos, pessoas com mais de 80 anos de idade e profissionais de saúde mais expostos a infecções.