Washington, 29 mar (EFE).- Uma juíza deu o sinal verde para que um membro da defesa do soldado Bradley Manning, acusado de repassar milhares de documentos sigilosos ao site WikiLeaks, siga com seu processo contra o Governo dos Estados Unidos pelo confisco de seu computador em 2010.
David House, um dos fundadores da rede de apoio a Manning, sustenta que os agentes do Governo violaram os seus direitos quando, ao voltar de férias no México, teve seu computador confiscado por autoridades durante sete semanas e foi interrogado sobre suas crenças políticas no aeroporto de Chicago.
O processo apresentado pela União Americana de Liberdades Civis (ACLU) denunciou que House foi abordado devido a sua relação com a rede de apoio a Manning.
O Governo pedira a um juiz que desprezasse o processo, no qual se indica que ‘os agentes interrogaram House só sobre sua associação a Manning, seu trabalho na rede de apoio, se ele tinha algum contato com o WikiLeaks e se havia contatado alguém do Wikileaks durante sua viagem ao México’.
A juíza da Corte de Distrito de Massachusetts, Denise Casper, se negou a acatar o pedido do Governo, pelo que House poderá seguir adiante com o processo legal, segundo informou a Bradley Manning Support Network.
Casper determinou que o fato de ‘a busca inicial e a apreensão terem acontecido na fronteira não priva House de seus direitos constitucionais da Primeira Emenda’.
O litigante também alude à Quarta Emenda, que faz referência ao direito dos cidadãos de ter proteção contra investigações ou confiscos ‘não razoáveis’ de sua pessoa, propriedade ou outros efeitos pessoais.
Além de seu computador portátil, também confiscaram outros de seus artigos eletrônicos com informações internas da rede de apoio a Manning e membros de sua organização. EFE