Dalai Lama deixa formalmente o poder político no Tibete
Apesar de transferir sua 'autoridade formal', ele continua sendo líder espiritual
Dalai Lama transferiu oficialmente nesta segunda-feira sua “autoridade formal” aos tibetanos eleitos, segundo informações da agência indiana de notícias Ians. O anúncio foi feito quase três meses depois de ele ter adiantado sua decisão de entregar o poder aos dirigentes eleitos.
“As remodelações que nós (o Parlamento tibetano) fizemos da Constituição foram aprovadas ontem (domingo) por Sua Santidade”, indicou o porta-voz da Secretaria do Parlamento de Tibete, Norbu Tenzin. De acordo com o porta-voz, Dalai Lama manterá seu compromisso e continuará sendo o líder espiritual dos tibetanos. Entretanto, os poderes administrativos e políticos serão legados sem reservas aos líderes democraticamente escolhidos.
O Parlamento tibetano aprovou emendas à Constituição que delegam os poderes do Dalai Lama ao primeiro-ministro da região, que é o professor universitário Lobsang Sangay, de 43 anos, desde as eleições do dia 20 de março. Também foi aprovado que o título do “governo tibetano no exílio” seja modificado pelo de “governo do Tibete”. No entanto, Dalai Lama ainda possui o direito de assessorar e encorajar pela proteção e a promoção do bem-estar do povo e continuar sendo participante nos esforços para alcançar uma solução satisfatória para a situação atual.
Tibete – O Tibete é uma região central da Ásia controlada pela China desde 1951. O Dalai Lama, até então líder político e espiritual dos tibetanos, tinha a missão de negociar a soberania do Tibete com o governo chinês. Aos 75 anos, ele lidera o governo tibetano na Índia, onde vive exilado há 52 anos.
Segundo a crença popular da região, Dalai Lama é a reencarnação de Buda. Ele já desistiu de reivindicar a independência tibetana e, atualmente, defende uma autonomia “significativa” para a região, o que incluiria a liberdade de culto e restauração do ensino em língua tibetana.
(Com agência EFE)