“A vontade do governo cubano é tirar todos da prisão”, disse o presidente da Assembleia Nacional de Cuba, Ricardo Alarcón
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O governo cubano pode liberar mais presos políticos além daqueles 52 anunciados há duas semanas. A possibilidade foi levantada pelo presidente da Assembleia Nacional de Cuba, Ricardo Alarcón, após reuniões com a ONU na terça-feira.
Todavia, os dissidentes só serão liberados se a Igreja Católica interceder por eles e caso não tenham cometidos os chamados “crimes de sangue”, como homicídio. “A vontade do governo cubano é tirar todos da prisão”, enfatizou, rssalvando que “a condição para a libertação é a de que não pesem sobre eles a responsabilidade pela vida de outras pessoas”. E continuou: “Se essas pessoas cometessem, em países europeus, os mesmos crimes que cometeram em Cuba, seriam mantidos na prisão por muito tempo”.
Os 52 presos políticos que devem ser libertados em até quatro meses foram detidos em 2003, durante uma onda de repressão chamada Primavera Negra. Na semana passada, 11 presos foram soltos e seguiram para a Espanha. Mas Alarcón salienta que pode acontecer de alguns dissidentes permanecerem em Cuba. “O acordo com a Igreja determina que os presos fiquem livres para viajar ao exterior. Mas se quiserem ficar, também podem.”
Primavera negra – Em março de 2003, 75 dissidentes políticos, entre eles jornalistas e médicos, foram presos sob acusação de realizar atos contra a independência, integridade e estabilidade territorial de Cuba. As sentenças a que foram condenados variam de 14 a 27 anos de prisão.