Cuba libertará 52 presos políticos, diz Igreja Católica
Cinco deles serão soltos nas próximas horas e o restante nos próximos meses
A Igreja Católica em Cuba anunciou nesta quarta-feira que o governo de Raúl Castro libertará 52 presos políticos, cinco deles nas próximas horas, e os demais ao longo dos próximos três ou quatro meses. Todos fazem parte do “grupo dos 75”, detidos durante a repressão da Primavera Negra de 2003.
Segundo o comunicado, os cinco que serão soltos nas próximas horas viajarão com parentes para a Espanha. O governo cubano teria dito que os outros 47 presos políticos poderão deixar a ilha depois de libertados.
O cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, foi informado da medida em reunião com o presidente Raúl Castro. O chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, e o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, também participaram do encontro.
Desde maio, foi estabelecido um diálogo aberto entre o governo de Castro e a Igreja Católica com apoio do chanceler espanhol, que encerra visita a Cuba nesta quarta.
Representantes de grupos de direitos humanos afirmam que o governo comunista mantém 167 presos políticos detidos.
Primavera negra – Em março de 2003, 75 dissidentes políticos, entre eles jornalistas e médicos, foram presos sob acusação de realizar atos contra a independência, integridade e estabilidade territorial de Cuba. As sentenças a que foram condenados variam de 14 a 27 anos de prisão.