O governo de Cuba responsabilizou nesta quinta-feira os Estados Unidos por não ter sido convidado à 6ª Cúpula das Américas, embora, segundo o ministro das Relações Exteriores da ilha, Bruno Rodríguez, nunca tenha pedido para participar.
“Não houve nenhuma surpresa. Foi a crônica de uma exclusão anunciada”, disse Rodríguez, que agradeceu à Colômbia – anfitriã do encontro – pelas gestões para que Cuba pudesse participar da reunião continental, que será realizada em Cartagena das Índias nos dias 14 e 15 de abril.
O governo da Colômbia anunciou na quarta-feira que não poderia convidar Cuba à cúpula porque não havia consenso sobre o convite entre os países que participaram das reuniões desde 1994 – os 34 membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) – da qual Havana está suspensa desde 1962.
Em entrevista coletiva em Havana, Rodríguez disse que a exclusão de Cuba por parte do governo dos Estados Unidos é ‘inaceitável e injustificada’ e faz parte, segundo ele, do bloqueio ‘genocida e ilegal’ que Washington mantém sobre a ilha caribenha há mais de 50 anos.
Ele também disse que o ‘desprezo e a arrogância’ dos americanos ‘ofendem a dignidade’ da América Latina e assinalou que essas cúpulas, assim como a OEA, de ‘triste fama’, só servem ‘para que os EUA exerçam sua dominação’.
Rodríguez criticou a possibilidade de a situação cubana ser tratada na reunião continental de Cartagena das Índias de forma privada e a portas fechadas entre os chefes de Estado presentes. “Para Cuba, não é aceitável que, em reunião privada entre o governo dos EUA e América Latina e o Caribe, este tema seja tratado em sua ausência”, pontuou.
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(Com agência EFE)