O regime cubano, um dos poucos aliados da Coreia do Norte, advogou nesta quarta-feira a “paz e estabilidade” na península coreana e o “diálogo” para reduzir as atuais tensões entre o regime de Pyongyang e os Estados Unidos. O pedido foi feito pelo ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, que recebeu na ilha seu par norte-coreano, Ri Yong Ho.
“Somente por meio do diálogo e das negociações será alcançada uma solução política duradoura”, declarou Rodríguez segundo a televisão cubana, adicionando que o posicionamento de Cuba é “em prol da paz e estabilidade na península da Coreia”. O diplomata, em mensagem de apoio ao governo norte-coreano, criticou as “certificações e recomendações unilaterais do governo dos Estados Unidos, que servem de base para a aplicação de medidas coercitivas contrárias ao direito internacional”.
Ri Yong Ho destacou “o agravamento da situação na península coreana pelo aumento do uso das forças militares dos imperialistas” e “a importância das relações entre dois países que constroem o socialismo”, informou a rede de televisão local. A visita oficial teve início hoje, mas o diplomata chegou em Havana nesta segunda-feira, mesmo dia que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a incorporação da Coreia do Norte na lista americana de países que patrocinam o terrorismo.
O chanceler norte-coreano, conhecido pela retórica inflamada contra os Estados Unidos, manteve um tom mais discreto no encontro com Rodriguéz a respeito das tensões com Washington. Os diplomatas, de acordo com o jornal Diario de Cuba, não discutiram o programa nuclear norte-coreano ou os testes balísticos e nucleares que levaram às novas rodadas de sanções impostas pela ONU contra o regime de Kim Jong-un.
Ri Yong Ho limitou-se a dizer nesta quarta-feira que tanto Havana quanto Pyongyang estão “construindo o socialismo sob a pressão e o bloqueio cruel dos imperialistas”. Destacando os laços entre os dois países, o diplomata norte-coreano agradeceu a hospitalidade e, “apesar da distância geográfica”, comentou sentir-se “em casa” na ilha liderada por Raúl Castro.