Cristina declara YPF sujeita à desapropriação de 51%
UE adverte governo argentino de que decisão prejudicará os negócios do país
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, declarou nesta segunda-feira de utilidade pública e sujeitos à desapropriação 51% do patrimônio da companhia petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol. A presidente enviará ao Congresso o projeto de lei que expropria a maioria das ações da companhia petrolífera e que declara de ‘interesse público nacional’ o setor de hidrocarbonetos, como anunciado hoje em um ato liderado pela própria governante na Casa Rosada e transmitido em rede nacional.
Leia também:
Espanha ameaça Argentina em negociação sobre a YPF
Das ações desapropriadas, 51% passarão a estar sob controle do estado e os 49% restantes serão distribuídos entre as províncias, de acordo com o projeto de lei, de 19 artigos. O projeto inclui a ‘remoção da totalidade de diretores’ da companhia e pretende garantir a ‘continuidade operacional’.
O anúncio da desapropriação de YPF ocorre após quatro meses de pressões do governo argentino à empresa, à qual acusa de uma queda na produção por falta de investimentos.
UE – Também nesta segunda-feira, a Comissão Europeia advertiu ao governo da Argentina que a desapropriação de 51% do capital social da petrolífera YPF pode prejudicar seriamente o clima de negócios no país. “Uma desapropriação por parte do governo argentino enviaria um sinal muito negativo a investidores nacionais e internacionais”, afirmou o porta-voz europeu de Comércio, John Clancy,
Espanha – Na última sexta-feira, a Espanha afirmou que adotaria medidas duras se fracassasse a negociação com a Argentina sobre o futuro da petroleira YPF. Madri chegou a advertir que, se não fosse fechado um acordo bilateral, adotaria mais do que uma ruptura econômica contra o país. “O rompimento de uma negociação entre Espanha e Argentina não seria somente em termos econômicos. Seria uma ruptura de uma relação fraternal que temos há muito tempo”, disse o ministro espanhol de Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, após uma reunião com o embaixador da Argentina.
(Com agência EFE)