As 15 horas de verborragia em inserções na TV, acumuladas só durante este ano, e a cooptação de 80% dos canais de rádio e TV parecem não ser o bastante para Cristina Kirchner. Em uma nova investida contra a imprensa independente na Argentina, a presidente lançará uma revista grátis para defender o kirchnerismo, informou nesta terça-feira o jornal La Nación.
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A data de lançamento do primeiro exemplar ainda não está definida, bem como o título da publicação e a sua periodicidade, mas é certo que contará com uma tiragem de um milhão de cópias e terá oito páginas de defesa do governo. Quem responderá pela publicação é o grupo kirchnerista Unidos y Organizados (UyO), que congrega vários movimentos de apoio a Cristina.
O primeiro exemplar recordará a criação do grupo Uyo e falará do que o governo chama de 7D, a data fixada por Cristina para que o Grupo Clarín ‘se ajuste’ à Lei de Mídia. No último sábado, os kirchneristas lançaram um vídeo ameaçando retirar as licenças do grupo. Porém, segundo a lei argentina, 7 de dezembro é apenas a data em que vence uma medida cautelar emitida pela Justiça para que o Clarín continue operante enquanto a Justiça não decide se a Lei de Mídia é constitucional ou não. A medida pode ser prorrogada.
De acordo com o La Nación, o grupo Unidos y Organizados tem como objetivo reforçar o poder de Cristina Kirchner. O nome do grupo remete a uma frase de Juan Perón, o ex-presidente argentino, que dizia que, em 2000, encontraria os argentinos ‘unidos ou dominados’.