Covid-19: União Europeia acredita que haverá uma segunda onda de surtos
'A questão é quando [ocorrerá] e qual [será] o tamanho', disse a Dra. Andrea Ammon, diretora do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças
![FILE PHOTO: People queue to receive free protective masks that have been bought by evangelicals in China and are distributed by Members of the Evangelical Christian Church, as the spread of the coronavirus disease (COVID-19) continues, in Rome, - 22/04/2020](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/2020-05-14t000000z_2020288730_rc2eog9ojx9j_rtrmadp_3_health-coronavirus-europe-china.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A diretora do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), Dra. Andrea Ammon, disse ao jornal britânico The Guardian em reportagem publicada nesta quarta-feira, 20, que haverá uma segunda onda de surtos da Covid-19 na Europa. O continente responde por 40% dos 4,7 milhões de casos e por mais de 50% das 316.000 mortes reportadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) até a terça-feira, 19.
“A questão é quando [ocorrerá] e qual [será] o tamanho”, disse Ammon em referência à “segunda onda” dos surtos da Covid-19 na Europa.
“Observando as características do vírus e da imunidade populacional emergente em diferentes países — entre 2% e 14%, o que deixa ainda 85% a 90% da população suscetível [à Covid-19] —, o novo coronavírus está ao nosso redor e circulando muito mais do que em janeiro e fevereiro”, acrescentou.
Entre 21 de janeiro, quando a França reportou à OMS os primeiros três casos da Covid-19 na Europa, e 29 de fevereiro, cerca de 1.110 europeus em 23 países diferentes contraíram a Covid-19. Dentre eles, 21 morreram na Itália, então epicentro dos surtos no continente, e outros dois na França.
A OMS contabilizou até a terça-feira 19 mais de 1,9 milhão de casos da Covid-19 e quase 170.000 mortes causadas pela doença dentre os países europeus. Assim, o continente é responsável por 40% dos 4,7 milhões de casos e por mais de 50% das 316.000 mortes reportadas à OMS em todo o mundo.
A Rússia, que até o final de fevereiro havia reportado à entidade apenas dois enfermos, é o atual epicentro da Covid-19 na Europa em número de casos, com quase 300.000 oficializados. Em questão de mortes, os russos contabilizaram menos de 3.000.
Epicentro das mortes pela doença no continente, o Reino Unido reportou quase 35.000 mortes à OMS, sendo que todas ocorreram entre os meses de março e maio. O Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), nos Estados Unidos, projetou no início de abril cerca de 66.000 mortes pela Covid-19 no Reino Unido até agosto.
“E, especialmente agora, quando está claro que as infecções estão diminuindo, as pessoas pensam que acabou. O que não é [verdade], definitivamente não é”, alertou Ammon.
O número de novos casos da Covid-19 por dia na Europa está em queda desde sexta-feira 15, quando foram reportados cerca de 24.600 enfermos. Esse índice caiu em cerca de 20%, para pouco menos de 20.000 casos reportados na terça-feira.
Desde meados de abril, com os casos da Áustria e da Dinamarca, governos nacionais na Europa, como o comandado por Vladimir Putin, na Rússia, começaram o processo de encerramento das medidas de isolamento social, que são recomendadas pela OMS no combate à pandemia.