O Quênia registrou apenas nesta quarta-feira, 20, 66 novos casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, a maior cifra diária registrada no país. A cidade costeira de Mombasa tornou-se foco da doença no país, por ter diagnosticado quase a metade das novas contaminações, segundo o Ministério da Saúde.
O governo colocou sob quarentena de 15 dias bairros da capital, Nairobi, e de Mombasa, em uma tentativa de evitar a propagação do vírus. Até o momento, o governo contabiliza 1.029 casos e 50 mortes, segundo levantamento em tempo real da Johns Hopkins University. A vítima mais nova no país foi uma criança de seis anos, segundo o ministério.
Apesar de a pandemia estar em seus estágios iniciais na África, que foi parabenizada por sua postura no combate ao vírus, o continente não estará imune às consequências da crise sanitária. O Banco Mundial prevê que, nos próximos anos, mais 60 milhões de pessoas vão viver abaixo da linha da pobreza. A África poderá ser uma das regiões mais impactadas.
Segundo a Comissão da Organização das Nações Unidas para a África (Uneca), a Covid-19 pode levar à morte 300.000 pessoas na região. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertara em abril que o continente africano pode chegar a 10 milhões de casos entre os três a seis meses seguintes.
A África apresenta uma elevada parcela demográfica de jovens – cerca de 60% da população está abaixo de 25 anos –, o que deve ajudar a amenizar a doença. Por outro lado, 56% da população urbana está concentrada em favelas superlotadas, e muitas pessoas também são vulneráveis devido a outras doenças, como a Aids, tuberculose e desnutrição.
O continente, como um todo, contabiliza nesta quarta-feira 65.956 casos e 1.846 mortes, segundo a OMS. Já, no mundo, os infectados passam dos 4,5 milhões e óbitos, de 325.000, sendo os principais focos da doença os Estados Unidos, a Rússia e o Brasil.