Com 26.096 novos casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, em um único dia, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse nesta segunda-feira, 23, que a pandemia está “acelerando” sua propagação.
Adhanom pediu o compromisso dos políticos e autoridades mundiais com o combate à epidemia e afirmou que irá se dirigir aos líderes do G20 nesta semana para pedir que trabalhem juntos no aumento da produção de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde. O G20, grupo das sete economias mais industrializadas do mundo, se reunirá por videoconferência.
A pandemia já se espalhou em quase todos os países do mundo. Há 353.692 casos e 15.430 mortes, segundo levantamento em tempo real da Johns Hopkins University. Em países nos quais a situação é pior, como na Itália e Espanha, além da falta de leitos e equipamentos, os profissionais da saúde começam a também serem afetados pela doença.
Se há colapso no sistema de saúde em países desenvolvidos, em regiões com pouca ou nenhuma infraestrutura na área da saúde a situação será ainda mais dramática. A OMS já havia avisado o continente africano a se preparar para o pior. As atenções da Organização também estão postas na Síria, país ainda conflagradaopor guerra civil onde o primeiro caso de Covid-19 foi diagnosticado no domingo 22.
Afetada por uma guerra que dura desde 2011, a Síria começará a receber 300 kits de diagnóstico da OMS até a quinta-feira, 26, segundo o diretor-geral. Adhanom afirmou temer uma nova crise humanitária no país.
Sem dar prazo, a OMS planeja entregar mais 2.000 kits extras do exame e um suprimento de 10.000 máscaras cirúrgicas e 500 respiradores. Foram mobilizados cerca de 1.000 profissionais de saúde. Os recursos serão alocados em três hospitais no país, nos quais já estão disponíveis leitos de UTI, afirmou o porta-voz da Organização, Hedinn Halldorsson.
“A OMS está extremamente preocupada com o impacto que a Covid-19 poderá ter no noroeste da Síria”, disse o porta-voz. A região de Idlib é o último reduto do Exército rebelde e, apesar da atual calmaria devido a um cessar-fogo entre Turquia e Rússia (que apoiam lados diferentes da guerra), a província passou por três meses de combates ininterruptos, que resultaram em milhares de mortos e no deslocamento de cerca de um milhão de pessoas de suas casas. A maioria dos deslocados vive em condições muito precárias e frequentemente carece de comida e água limpa, o que facilita a propagação de doenças.
A pandemia do novo coronavírus já atingiu 160 países, infectando 350.536 pessoas e matando 15.328, segundo a Johns Hopkins University. No Oriente Médio, o Irã é o país com o maior número de casos e mortes – 23.049 e 1.812 mortes, respectivamente. No Brasil, foram contabilizadas 1.620 infecções e 25 mortes – 22 delas no estado de São Paulo.
(Com Reuters e AFP)