Coreia do Sul tem protestos e já vislumbra próximo presidente
As manifestações pós-impeachment pedem uma solução para o caos político criado pelo escândalo envolvendo a presidente Park. Há cotados para assumir o posto
Manifestantes que pediam a renúncia da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, marcharam neste sábado pela sétima semana seguida, um dia após o Parlamento votar pelo impeachment da presidente e colocar o destino de Park nas mãos de um tribunal composto por nove juízes.
A multidão estimada pelos organizadores em 200 mil pessoas lotava uma grande praça no centro de Seul e era significativamente menor do que nas semanas recentes, porém festiva, com performances musicais entre discursos pedindo a saída de Park.
“Exigimos que o Tribunal Constitucional faça uma decisão de consciência e justiça e não aja contra a vontade do povo”, disse em discurso Jung Kang-ja, um dos líderes da coalizão de grupos civis apoiadores da manifestação.
O primeiro-ministro, Hwang Kyo-ahn, que se tornou presidente interino na sexta-feira após a aprovação do impeachment no Parlamento, pediu para autoridades garantirem que as manifestações sejam pacíficas e tentou acalmar as ansiedades sobre segurança nacional e mercados financeiros.
“Até o momento, mercados financeiros e cambiais estão relativamente estáveis e não há sinais de movimentos incomuns no Norte, mas todos os servidores públicos devem ter vigilância em mente ao conduzirem suas funções”, disse Hwang, durante encontro.
Os poderes de Park foram suspensos após 234 dos 300 membros do Parlamento votarem pelo impeachment, o que significa que mais de 60 membros do seu próprio partido apoiaram a moção. Cabe ao Tribunal Constitucional dar a palavra final sobre o afastamento definitivo da presidente.
Sucessor
Confirmado o afastamento da presidente Park pelo Tribunal Constitucional, a Coreia terá 60 dias para realizar novas eleições. Os candidatos mais fortes para assumir a cadeira presidencial são o ex-parlamentar de oposição Moon Jae-in, que enfrentou Park nas eleições de 2012, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que deixa seu cargo no fim do ano.
O político de oposição foi preso na década de 70 por protestar contra a ditadura de Park Chung-hee, pai da atual presidente, e perdeu para a presidente nas últimas eleições por apenas 4% dos votos, uma margem considerada apertada. Já Ban, considerado favorito no pleito, é visto com simpatia por boa parte da população sul-coreana e não tem afiliação partidária. Antes de assumir o posto na ONU, ele foi chanceler da Coreia do Sul entre 2004 e 2006.
(Com Reuters)