Seul, 15 nov (EFE).- A Coreia do Sul proporcionará vacinas contra a hepatite B para mais de um milhão de crianças norte-coreanas em um novo gesto de distensão entre as duas Coreias, informou nesta terça-feira a agência de notícias ‘Yonhap’.
Seul enviará este mês ao país vizinho as inoculações, em um valor total de US$ 942.300, através de organizações internacionais de ajuda com base na Coreia do Sul, afirmou uma autoridade do Ministério da Unificação sul-coreano.
O anúncio aconteceu uma semana depois que a Coreia do Sul autorizou o uso de um fundo no valor de US$ 6,94 milhões em ajuda médica à Coreia do Norte, que permanecia retido na Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta quantia será investida em provisões médicas básicas e instalações hospitalares na Coreia do Norte, consideradas precárias por analistas internacionais.
No entanto, o Ministério da Saúde sul-coreano financiará as vacinas contra a hepatite B com seu próprio orçamento ‘como em exercícios anteriores’, explicou à agência de notícias a fonte, que preferiu permanecer anônima.
Segundo o funcionário sul-coreano, ao contrário do que acontece com as verbas de alimentos, é pouco provável que a Coreia do Norte tente desviar para outro tipo de destinatário as vacinas, que chegarão pela via marítima.
Os serviços sul-coreanos de Inteligência acreditam que a Coreia do Norte desvia muita da ajuda alimentícia que recebe para o Exército, um importante fiador do poder de Kim Jong-il.
É a primeira vez que Coreia do Sul fornece vacinas a Coreia do Norte desde o ataque realizado pelo Exército norte-coreano sobre a ilha de Yeonpyeong em novembro do ano passado, e que terminou com quatro mortos, dois deles civis.
Este incidente e o prévio naufrágio da embarcação militar sul-coreana Cheonan em março de 2010, que causou 50 mortos, levaram o Governo sul-coreano a endurecer as políticas em relação à Coreia do Norte e restringir qualquer envio de ajuda humanitária.
No entanto, desde a nomeação em agosto de Yu Woo-ik como novo ministro de Reunificação, Seul flexibilizou suas políticas com Pyongyang. EFE