A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira que vai remover temporariamente todos os seus trabalhadores do complexo industrial de Kaesong, que fica em seu território e é o único projeto em vigor entre as duas Coreias. A retirada ocorre após seis dias nos quais o governo norte-coreano bloqueou o acesso de funcionários da Coreia do Sul a este conjunto de fábricas.
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O secretário-geral do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Yang-gon, anunciou a “suspensão temporária das operações do complexo” e acrescentou que o regime está considerando seu fechamento permanente, em declarações coletadas pela agência estatal KCNA.
Cerca de 54.000 empregados norte-coreanos fabricam produtos para 123 empresas da Coreia do Sul no complexo industrial de Kaesong. O representante norte-coreano, que realizou uma incomum visita ao complexo em plena crise política, acusou a Coreia do Sul de insultar a dignidade de sua nação e declarou o governo do país vizinho “completamente responsável” pelo que acontecer em Kaesong no futuro.
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A decisão de Pyongyang, que deverá ser confirmada nos próximos dias, aconteceu quando se completam seis dias desde que o regime totalitário de Kim Jong-un proibiu a entrada no complexo industrial de trabalhadores e veículos sul-coreanos, permitindo apenas as saídas. Esta medida alterou as atividades normais de Kaesong, e até agora 13 empresas tiveram que cessar sua produção devido à falta de provisões e outros problemas relacionados com o fechamento da passagem fronteiriça.
A Coreia do Norte iniciou no começo de março uma intensa e prolongada campanha de hostilidades contra Seul e Washington, que incluiu desde contínuas ameaças de ataques armados até declarar nulo o armistício da Guerra da Coreia (1950-53) ou o atual anúncio de retirada de funcionários de Kaesong. As duas Coreias abriram o complexo em 2004 como o mais importante projeto de cooperação econômica entre Norte e Sul.
Desde então e até a atual crise de Kaesong, apesar dos diversos episódios de tensão nas relações intercoreanas, Pyongyang só tinha cortado o acesso ao complexo industrial em uma ocasião, cinco anos atrás, e o fez apenas durante um dia, o que reflete a gravidade da atual situação.
(Com agência EFE)