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Coreia do Norte lança mísseis de curto alcance ao mar, diz Seul

Lançamento ocorreu um dia antes de eleições no Sul e em meio à pandemia de coronavírus, que o regime de Kim Jong-un diz não ter afetado o país

Por AFP Atualizado em 14 abr 2020, 11h21 - Publicado em 14 abr 2020, 11h09
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  • A Coreia do Norte disparou nesta terça-feira, 14, vários projéteis, provavelmente mísseis de cruzeiro de curto alcance, a partir da cidade de Munchon, no leste do país, em direção ao mar, denunciaram as Forças Armadas da Coreia do Sul.

    “A Coreia do Sul e os serviços de Inteligência americanos analisam as questões relativas aos disparos”, completou a nota oficial. Os projéteis lançados viajaram sobre o Mar do Japão, também conhecido como Mar do Leste, antes de cair na água.

    O teste ocorreu, portanto, um dia antes de os sul-coreanos realizarem eleições parlamentares e em um momento em que a atenção do mundo se concentra na pandemia de coronavírus – da qual Pyongyang diz não ter sido afetada. O lançamento também se deu um dia antes do 108º aniversário do nascimento do fundador do regime norte-coreano, Kim Il Sung, avô do atual ditador Kim Jong-un.

    Nos últimos anos, Pyongyang testou repetidamente mísseis balísticos (aqueles lançados bem acima da Terra, freqüentemente no espaço, antes de descer em direção aos seus alvos em alta velocidade pela força da gravidade.) O arsenal do Norte inclui mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) capazes de atingir todo o continente americano.

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    Por outro lado, os mísseis de cruzeiro como os lançados nesta terça viajam em baixas altitudes, por vezes apenas alguns metros acima da superfície, dificultando sua detecção. Segundo as Forças Armadas da Coreia do Sul, os vizinhos do Norte também pilotaram vários jatos de combate Sukhoi e MiG acima da cidade costeira oriental de Wonsan, e dispararam vários foguetes ar-solo nesta manhã, acrescentou um porta-voz.

    Cha Du-Hyeogn, pesquisador sênior do Instituto Asan de Estudos Políticos, acredita que Pyongyang esteja demonstrando que tem “várias opções” de sistemas de entrega de armas. “Mísseis balísticos demonstram poder destrutivo, enquanto mísseis de cruzeiro mostram precisão”, disse ele à AFP. “Até agora a Coréia do Norte mostrou sua força e agora está demonstrando precisão ao atingir alvos.”

    Histórico de tensões

    A Coreia do Norte está sujeita a várias sanções do Conselho de Segurança da ONU por seus programas de armas proibidos. O país realizou uma série de testes de armas nos últimos meses, frequentemente descrevendo-os como múltiplos sistemas de foguetes de lançamento, enquanto outros os chamavam de mísseis balísticos.

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    O Norte também disparou mísseis de cruzeiro no passado, como em junho de 2017, quando saudou o teste bem-sucedido do que chamou de um novo tipo de míssil de superfície para navio. Esses mísseis voaram cerca de 200 quilômetros e foram lançados na semana seguinte a dois porta-aviões dos EUA participarem de manobras navais no mar do Japão.

    O líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente dos EUA, Donald Trump, trocaram insultos e ameaças de guerra em 2017, provocando um aumento nas tensões. O presidente do Sul, Moon Jae-in, usou os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang em seu país para intermediar uma aproximação diplomática e uma série de cúpulas seguidas.

    Mas as negociações entre Pyongyang e Washington estão praticamente em impasse desde que a cúpula de Hanói terminou em fevereiro do ano passado, em meio a desacordos sobre o alívio das sanções e o que o Norte estaria disposto a desistir em troca.

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    Os mísseis de terça-feira viajaram cerca de 150 quilômetros de acordo com Seul, e Go Myong-hyun – analista do Instituto Asan de Estudos Políticos – disse que o curto alcance provavelmente foi escolhido deliberadamente por Pyongyang. “A Coreia do Norte ainda está decidindo que tipo de posição estratégica deve ser adotada entre provocação e diálogo.”

    “Está pisando com cuidado. Está disparando mísseis para aumentar as tensões, mas o nível de tensão não é tão alto. Nesse momento, eu não ficaria surpreso se a Coreia do Norte realizar mais provocações ou se de repente disser que está pronta para conversar”, complementou.

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