Coreia do Norte já fala em ‘batalha final’ contra Seul e EUA
Em mais uma série de provocações que aumentam a tensão regional, a ditadura comunista confirmou a revogação do armistício com a Coreia do Sul, desligou linha telefônica de emergência e afirmou que uma guerra pode ser iminente
Por Da Redação
11 mar 2013, 02h43
A Coreia do Norte confirmou nesta segunda-feira que considera “completamente nulo” o armistício que suspendeu a Guerra da Coreia (1950-1953) e garantiu, através do jornal Rodong Sinmun, tribuna oficial do comitê central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, que está se preparando para uma guerra iminente contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos. “Agora é o momento da batalha final”, afirmou a publicação em editorial. O texto ressalta que “ninguém pode prever” o que vai acontecer na região, onde a tensão permanece elevada após sucessivas ameaças e provocações da Coreia do Norte.
O jornal acrescentou que o regime de Pyongyang deixou seus mísseis estratégicos e os sistemas de lançamento múltiplo de foguetes de prontidão para um ataque. Além disso, afirmou que todos os cidadãos do país se transformaram em soldados, em uma nova advertência que chega após vários dias de ameaças do regime feitas em seus meios de comunicação, entre as quais destaca-se um “ataque nuclear preventivo” contra os EUA.
A vizinha Coreia do Sul, por meio do Ministério da Unificação, assegurou que o acordo de armistício não foi invalidado uma vez que, legalmente, sua anulação requer a conformidade das duas partes, como indica o texto assinado pelas duas Coreias no dia 27 de julho de 1953. “Consideramos que o armistício segue de pé e, portanto, descartamos tecnicamente a guerra com o Norte”, disse um porta-voz do ministério de Seul, encarregado dos assuntos entre as duas Coreias.
Telefone – O novo capítulo na mais recente guerra de palavras na península coreana começou no início desta segunda-feira, quando o porta-voz sul-coreano confirmou que o regime do ditador Kim Jong-un suspendeu de forma unilateral a linha telefônica da aldeia fronteiriça de Panmunjom, a única via de comunicação oficial entre Seul e Pyongyang, geralmente usada para assuntos de urgência. O governo da Coreia do Sul tentou estabelecer uma conexão telefônica e não teve sucesso.
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A manhã desta segunda também é marcada pelo início dos exercícios militares anuais entre Coreia do Sul e EUA. As manobras conjuntas, que no mesmo dia foram alvo de protestos populares em Seul, estão agendadas para até 21 de março. Os EUA mantêm 28.500 soldados no território sul-coreano para defender seu aliado diante de um hipotético ataque do Norte. Em contrapartida, o governo norte-coreano também informou que colocou de prontidão suas forças militares e divulgou imagens de soldados praticando exercícios.
A nova ofensiva verbal é mais um degrau na campanha de ameaças do país comunista. Na quinta-feira passada, a ONU impôs novas sanções econômicas e comerciais por conta do teste nuclear realizado pela Coreia do Norte no mês passado, o terceiro do país após os realizados em 2006 e 2009. Pyongyang, em retaliação, declarou na sexta-feira que revogaria o armistício – o pacto de não agressão entre as Coreias já dura 60 anos. Os dois países continuam tecnicamente em guerra, pois nenhum acordo de paz foi formalizado desde então.
(Com agência EFE)
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