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Contra bombardeios israelenses em Gaza, palestinos fazem greve geral 

Rara demonstração de união faz parte de protestos contra ofensiva militar israelense que já deixou mais de 200 palestinos mortos em 9 dias

Por Da Redação Atualizado em 18 Maio 2021, 16h24 - Publicado em 18 Maio 2021, 15h08
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  • Milhares de árabes-israelenses e palestinos em Israel e nos territórios ocupados de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental se juntaram em uma greve geral nesta terça-feira, 18. A rara demonstração de união faz parte de protestos contra a ofensiva militar de Israel que já deixou mais de 200 palestinos mortos em Gaza em nove dias e contra a possibilidade de despejo de várias famílias de suas casas em Jerusalém Oriental.

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    Ao menos 212 palestinos morreram, incluindo 61 crianças, e 1.500 ficaram feridos desde o início da ofensiva israelense em Gaza, em 10 de maio. Dez pessoas morreram em Israel, incluindo duas crianças, em ataques aéreos lançados de Gaza pelo Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

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    O Hamas afirma que os foguetes foram lançados em retaliação aos planos de expulsão forçada de palestinos em Jerusalém Oriental e por ataques israelenses à mesquita Al-Aqsa.

    Nesta terça-feira, as ruas ficaram desertas nas áreas árabes em Israel e nos territórios ocupados, enquanto lojistas fechavam seus negócios ao longo da orla em Jaffa, no centro de Israel. Segundo Raja Zaatar, um dos organizadores do protesto, mais de 90% dos negócios não abriram em bairros árabes na cidade de Haifa, com população mista árabe, muçulmana e cristã, e judia.

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    Comércios fechados em Jaffa, a 55 quilômetros de Jerusalém, durante greve geral. 18/05/2021
    Comércios fechados em Jaffa, a 55 quilômetros de Jerusalém, durante greve geral. 18/05/2021 (Eyad Tawil/Getty Images)

    Na Cisjordânia, houve adesão em cidades como Hebron, Jenin e Nablus. Palestinos se reuniram em praças, agitando bandeiras e ouvindo discursos críticos às políticas do governo do premiê israelense, Benjamin Netanyahu. 

    Alguns outros escolheram não participar da greve, incluindo trabalhadores da área da saúde no norte de Israel, que sentiram que tinham necessidade moral de continuar trabalhando, e alguns residentes árabes de Abu Ghosh, uma cidade a oeste de Jerusalém conhecida por suas boas relações entre árabes e judeus.

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    O ato unificado é um movimento raro desde 1948, quando o Estado de Israel foi criado e centenas de milhares de palestinos foram expulsos ou fugiram da região. Entre os principais motivos está a questão geográfica, à medida que muitos foram para outros países do Oriente Médio, além de Gaza e Cisjordânia.

    A greve geral foi convocada pelo Alto Comitê de Monitoramento Árabe, uma organização política que coordena a ação de vários grupos árabe-israelenses e é composta por representantes da sociedade civil e lideranças e políticos locais. O ato, segundo o comitê, é uma represália aos “ataques contra os palestinos em Jerusalém, Sheikh Jarrah e na mesquita de al-Aqsa”, além dos “ataques contra o público árabe em geral e em cidades mistas”.

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    Desde o início do mês do Ramadã, que terminou na última quarta, moradores árabes protestam contra a ameaça de expulsão de quatro famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967. Muitos temem que o despejo, classificado pela Organização das Nações Unidas como possível “crime de guerra”, abra precedentes para expulsões em larga escala.

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    Mulheres palestinas protestam em Hebron contra ofensiva israelense em Gaza. 18/05/2021
    Mulheres palestinas protestam em Hebron contra ofensiva israelense em Gaza. 18/05/2021 (Mamoun Wazwaz/Getty Images)

    O conflito atual foi desencadeado por confrontos ligados à situação de Sheikh Jarrah entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, no fim de semana.

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    Em retaliação, o grupo Hamas disparou ao menos sete mísseis contra áreas do território israelense de Jerusalém na tarde de segunda-feira, 10, ato que terminou sem nenhum ferido. Israel revidou com foguetes e as agressões não pararam desde então.

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    De acordo com o porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Jens Laerke, cerca de 47.000 pessoas que ficaram desabrigadas por ataques israelenses em Gaza estão refugiadas em 58 escolas ligadas à agência de refugiados da organização.

    Essas pessoas constituem uma grande parte dos quase e 60.000 deslocados pela escalada do conflito entre Israel e os territórios palestinos, disse Laerke em uma coletiva de imprensa em Genebra.

    Israel rejeita veementemente acusações de apartheid feitas por palestinos, uma reivindicação agora assumida por um número pequeno, mas crescente, de defensores dos direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch no último mês. 

    A principal razão para a mudança e a classificação de apartheid, segundo Kenneth Roth, diretor-executivo da organização, é que as políticas israelenses, outrora consideradas temporárias, durante o tempo se transformaram em uma condição permanente.

    “Embora grande parte do mundo trate a ocupação israelense de meio século como uma situação temporária que um ‘processo de paz’ de décadas irá em breve sanar, a opressão aos palestinos chegou ao limite e à estabilidade do que configura as definições de crimes de apartheid e perseguição”, afirmou, em referência às negociações de paz paralisadas desde 2014 e à expansão de assentamentos israelenses em territórios ocupados, considerados ilegais pela lei internacional.

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    Autoridades israelenses dizem que a ocupação da Cisjordânia é uma medida temporária até que um acordo de paz seja alcançado. O bloqueio de Gaza, dizem eles, é uma medida de segurança para impedir que o Hamas adquira armas.

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