Conselho de Segurança condena ataque da Síria à Turquia
Mais cedo, Ban Ki-moon disse estar 'alarmado' com a escalada das tensões
O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta quinta-feira o ataque sírio contra um povoado turco próximo à fronteira comum, que deixou cinco civis mortos e 11 feridos. Os 15 países membros do Conselho também exortaram Síria e Turquia à “moderação”.
Disparos de um morteiro atingiram na quarta-feira a região turca de Akcakale, nas imediações do posto fronteiriço sírio de Tall al-Abyad – área onde tem sido travados combates entre as tropas leais ao ditador Bashar Assad e os rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL). A Turquia respondeu ao ataque com disparos de artilharia contra posições do Exército sírio.
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar “alarmado” com a escalada das tensões entre Síria e Turquia e alertou para o risco de o conflito sírio, que já dura 18 meses, se alastrar pela região. “Uma vez que a situação dentro da Síria se deteriora, os riscos de conflito regional e a ameaça à paz internacional e segurança também aumentam”, ressaltou o porta-voz do chefe da ONU, Martin Nesirky, a jornalistas.
O parlamento turco aprovou nesta quinta uma resolução que autoriza o governo a realizar operações militares no país vizinho mas, após a aprovação, o premiê Recep Tayyip Erdogan afirmou que a Turquia não tem a intenção de iniciar uma guerra contra a Síria.
Diplomacia – O premiê turco cultivava boas relações com o presidente sírio, mas se tornou um crítico severo do seu regime após a revolta popular na Síria que começou no ano passado, acusando Assad de criar um “estado terrorista”. O premiê turco tem permitido que os rebeldes sírios se organizem na Turquia e pressionou por uma zona de segurança protegida por forças internacionais dentro da Síria.
A Turquia também está abrigando mais de 90.000 refugiados da Síria e teme uma entrada em massa semelhante ao êxodo de meio milhão de curdos iraquianos para o país após a Guerra do Golfo, em 1991. A tensão entre os dois países começou a ferver quando a Síria derrubou um avião turco em junho.
(Com agências France-Presse e Reuters)