Céline Aemisegger.
Bruxelas, 15 jun (EFE).- A UE chega à cúpula do G20 consciente da exigência de seus membros por mais determinação e urgência para solucionar a crise da zona do euro por parte do bloco, mas também por um compromisso claro das economias emergentes e desenvolvidos com o apoio à recuperação econômica.
Os quatro membros europeus do G20 – Alemanha, França, Reino Unido e Itália – e Espanha, como país convidado, assim como a Comissão Euopeia e o Conselho Europeu, sabem que a estratégia anticrise da União Europeia (UE) será objeto de atenção e de fortes pressões pelos demais parceiros.
O presidente do Centro para Estudos Políticos Europeus (CEPS) e responsável pelos Mercados Financeiros, Karel Lannoo, afirmou que o G20 pedirá à UE uma atuação ‘urgente’ para sair da crise, e deixará claro que os europeus devem solucionar seus problemas, que afetam a economia global.
‘Se isso não for feito, a relação, sobretudo com os Estados Unidos, ficará mais estrita’, disse Lannoo em declarações à Agência Efe.
Contudo, as perspectivas já foram piores, pois os analistas esperam uma cúpula menos dramática que a de Cannes (França), em novembro de 2011. Naquela ocasião, os altos representantes europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI) pressionaram o então primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, para não realizar um referendo sobre o segundo resgate e sobre a permanência do país no euro.
A cúpula de Los Cabos (México) ocorrerá um dia depois das eleições gregas do dia 17, que se transformaram em um plebiscito sobre o futuro da Grécia e que, sem um Governo pró-europeu, poderiam pôr em perigo a zona do euro e os países mais vulneráveis, como Espanha e Itália.
A Grécia continua sendo a principal preocupação. No entanto, a situação da Espanha também inquieta os líderes do G20. No último sábado, a zona do euro concordou com uma ajuda de até 100 bilhões de euros para a capitalização do sistema financeiro espanhol, a fim de que o empréstimo atue como ‘firewall’ diante de qualquer fator externo de desestabilização.
Dessa forma, os europeus viajam a Los Cabos com a sensação de avanço em sua resposta anticrise e com o compromisso de aprovar na próxima cúpula europeia, nos dias 28 e 29, os detalhes do seu plano de crescimento, para avançar rumo a uma maior integração econômica e financeira.
‘Insistiremos em facilitar uma resposta integral à crise da dívida soberana: abordar os desafios dos países vulneráveis, e apoiar o crescimento através de uma dura reforma estrutural e de uma consolidação fiscal diferenciada, que permita o crescimento’, disseram os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, em carta enviada ao G20.
No entanto, os líderes europeus também querem a ajuda de seus parceiros. ‘Deveríamos enviar uma mensagem a favor do crescimento forte e crível. É necessário um maior compromisso e ação de cooperação entre os membros do G20’, disseram Barroso e Van Rompuy, com a aprovação de um plano de ação para o crescimento e emprego.
Neste sentido, a UE destacará a importância do comércio na atual conjuntura econômica e expressará sua preocupação com ‘a recente onda de protecionismo’, por isso pedirá ao G20 que aumente a luta contra essas práticas e fortaleça o sistema de comércio multilateral. EFE