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Conheça Kogelo, o povoado da família Obama no Quênia

Se não fosse pelo fato de lá ter nascido o pai do atual presidente dos Estados Unidos, este remoto lugar seria apenas mais uma pobre vila africana como muitas outras

Por Da Redação
24 jul 2015, 11h46

Nyang’oma Kogelo é um pequeno povoado de duas ruas e uma estrada com suas casas espalhadas pela floresta. Em uma dessas casas, nasceu o pai de Barack Obama, que possui o mesmo nome do filho famoso. Kogelo ou o “povoado de Obama”, como todo o mundo o chama, é acessado por uma estrada paralela ao Lago Vitória que vem da vizinha Uganda. O asfalto, como na maioria de estradas rurais quenianas, está cheio de buracos e outras armadilhas, mas pelos cerca de dois quilômetros da famosa vila adquire uma firmeza surpreendente e deixa espaço para alguns sinais de trânsito, que quase não existem no país africano.

A estrada boa e a presença de energia elétrica são, segundo os moradores do vilarejo, os maiores presentes trazidos por causa do famoso sobrenome presidencial. A maioria – ou seja, todos menos a avó, um meio-irmão e um primo que permanecem e mandam no povoado – mantém sua atividade normal e dá alguma vida ao açougue, à barbearia, ao pequeno mercado, ao posto de gasolina e aos três pontos de venda de móveis nas ruas, que completam a oferta comercial do vilarejo. Se não fosse pelo fato de lá ter nascido o pai do atual presidente dos Estados Unidos, que nesta sexta desembarca na capital Nairóbi, este remoto lugar seria apenas mais uma pobre vila africana como muitas outras.

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A história começa com Barack Hussein Obama, que viveu 24 anos neste povoado antes de se mudar para o Havaí para cursar a universidade, deixando para trás uma primeira esposa e dois filhos. Em 1960, Obama se casou com Ann Dunham, com quem teve um filho, batizado com seu nome. Em 1964, o senhor Obama abandonou sua família americana para retornar ao Quênia, onde se casou pela terceira vez, teve outros dois filhos e morreu, aos 46 anos, em um acidente de trânsito.

Talvez os moradores de Kogelo nunca tivessem ouvido falar de Barack Obama filho se não fosse pelo desejo do atual presidente americano de se reconciliar com seu passado e pela viagem espiritual que fez para consegui-lo. O presidente Obama veio ao país africano pela primeira vez em 1988 e se encontrou com sua avó Sarah, seu meio-irmão Malik e um de seus primos, Nicholas, ainda protagonistas desta história. Obama também visitou os túmulos de seu pai e de seu avô, encerrando uma experiência que foi refletida nos capítulos finais de seu livro A Origem dos meus Sonhos. Ele retornou em 2006, quando era senador pelo Estado de Illinois.

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Homenagens – Agora, uma escola primária, um centro de ensino médio, uma fundação, uma rua, um restaurante, uma casa de hóspedes, um hotel, duas crianças e dois túmulos compartilham com o presidente americano seu nome e sobrenome. O mais chamativo de todos é o hotel, única construção de mais de um andar que existe no vilarejo. Em sua entrada há uma escultura inacabada na qual Barack Obama cumprimenta outra pessoa, sem rosto e sem outras partes do corpo.

No entanto, o espaço mais emblemático de todos é a casa da “Mamãe Sarah Obama”, a maior do povoado, um lugar de culto ao qual comparecem dezenas de pessoas por semana para oferecer seus cumprimentos à avó do presidente e visitar o túmulo de seu pai. Para se ter acesso a essa celebridade local – uma idosa de 93 anos que só autoriza o encontro e fotos após o pagamento de uma taxa – é preciso um contato prévio com as altas esferas de Kogelo, que transformam um mero telefonema em uma exibição de influência política. Para esses três integrantes da família Obama, a carreira política de Barack representa um meio de vida lucrativo. Para os moradores, não é mais que uma ilusão de prosperidade que se esvai no fim de seu mandato.

(Com agência EFE)

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