Confrontos em acampamento palestino no Líbano deixam 11 mortos
Embates se estenderam pelo terceiro dia nesta segunda-feira, provocando a retirada de centenas de pessoas de Ain el-Hilweh
Embates entre a facção Fatah e radicais islâmicos se estenderam pelo terceiro dia nesta segunda-feira, 31, provocando a retirada de centenas de pessoas do campo de refugiados palestinos de Ain el-Hilweh, no Líbano. Os confrontos, que já deixaram ao menos 11 mortos e 40 feridos, rompem com um cessar-fogo estabelecido entre os lados rivais, com a presença de representantes do grupo islâmico Hezbollah e do movimento xiita Amal, ainda no domingo.
Em depoimento à agência de notícias Reuters, autoridades de segurança palestinas confirmaram o número de mortos e feridos. Nenhum dos lados assumiu responsabilidade pelo fim da trégua, levando a uma troca de acusações. O fim da paz, contudo, apresentou uma consequência concreta: o lançamento de granadas, através de foguetes, em meio à batalha entre as facções em becos lotados do campo nesta segunda-feira.
A deflagração do conflito foi motivada pela repressão de segurança efetuada pelo Fatah, que teria provocado a morte de um militante na região. Em represália, uma emboscada organizada por radicais islâmicos causou a morte de um comandante do Fatah e de outros três integrantes do grupo devido a ferimentos graves, ao passo que pontos de controle avançados do grupo foram invadidos.
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A escalada dos ataques gerou a fuga de mais de 2.000 pessoas, de acordo com Dorothee Klaus, chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA). Ela disse, ainda, que centros de acolhimento foram organizados em escolas de forma a receber os palestinos assustados pelo conflito no campo de Ain el-Hilweh.
Posicionados do lado de fora do acampamento, soldados libaneses foram atingidos por estilhaços do intenso embate no local. O Exército do país controla a entrada e saída em postos de controle, apesar dos campos de refugiado estarem fora da jurisdição federal. Cerca de 400 mil refugiados vivem nos 12 campos palestinos espalhados pelo Líbano.