Um confronto entre grupos rivais de detentos deixou 116 mortos e 80 feridos no presídio Número 1 de Guayaquil, no Equador. O presidente Guillermo Lasso descreveu o motim como “lamentável” e “triste” e revelou que nenhum agente penitenciário está entre as vítimas.
“É lamentável que as prisões estejam sendo transformadas em um território de lutas pelo poder entre gangues criminosas”, afirmou o presidente equatoriano, que declarou “estado de exceção” em todo o sistema penitenciário do país nesta quarta-feira 29.
“O estado de exceção foi declarado para graves tumultos internos em todas as penitenciárias que compõem o sistema de reabilitação social em todo o país por um período de 60 dias a partir da assinatura deste decreto executivo”, diz o documento firmado pelo governante para fazer valer a medida.
De acordo com as autoridades, gangues rivais, algumas vinculadas a cartéis mexicanos, disputavam o controle de um dos pavilhões do presídio conhecido como Penitenciária do Litoral. Eles usaram, facas, pedaços de pau e de metal, armas de fogo e até mesmo granadas no confronto.
Imagens divulgadas na imprensa equatoriana e em redes sociais mostravam detentos caminhando pelos telhados e fazendo disparos. Um cordão militar foi montado ao redor do presídio na noite de terça-feira 28.
Lasso também informou que foi iniciado um processo de coordenação entre diferentes instituições estatais, com o objetivo de “recuperar firmemente o controle da Penitenciária do Litoral e evitar a repetição desses eventos em qualquer outro centro penitenciário do Equador”.
Este não é o primeiro motim a atingir uma penitenciária no país neste ano. Há duas semanas, o mesmo presídio foi atacado com drones contendo explosivos. Mais de 200 detentos morreram em rebeliões apenas em 2021.