Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Como funcionam os motéis e o Airbnb em Havana

Com acesso restrito à internet, cubanos alugam cômodos em suas casas aos turistas que batem em suas portas

Por Duda Teixeira, de Havana
Atualizado em 30 nov 2016, 18h10 - Publicado em 30 nov 2016, 11h40
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Nos bairros de Havana, há várias casas com um símbolo azul na porta que parece uma letra “h” deitada. São quartos e apartamentos para alugar. Por 5 cucs, a moeda cubana que equivale ao dólar, pode-se ficar por três horas. Como não há motéis em Cuba, essa é a opção de muitos cubanos e estrangeiros.

    Publicidade

    Os quartos também podem ser alugados por dia, ao custo de 25 cucs (cerca de 85 reais). “Com esse dinheiro, consigo pagar a luz, comida e guardar um pouco para viver minha aposentadoria”, diz a cubana Maria Cristina Burgo, que aluga dois quartos de sua casa em Havana Vieja há um ano. Austríacos, israelenses e até russos se hospedaram na sua casa. Do que declara ao governo, Maria paga 10% de imposto.

    Publicidade

    Em geral, os cubanos alugam os cômodos das próprias casas. Como praticamente não há internet, os clientes são aqueles que vêem o sinal azul e batem à porta.

    Cuba
    Casa de Maria Burgo, que aluga dois quartos na residência em Havana Vieja, Cuba (Duda Teixeira/VEJA)

    O site americano Airbnb também opera em Cuba há pouco tempo. Nesses casos, em geral, são estrangeiros que se casaram com locais ou cubanos no exílio que compraram os apartamentos e fizeram reformas. De outros países, eles então colocam esses apartamentos para alugar pela internet. A amortização do investimento geralmente ocorre em um ano.

    Publicidade

    Em nenhum desses casos é preciso ser da nomenclatura comunista ou próximo do regime para obter as licenças.

    A possibilidade de os cubanos alugarem suas casas só passou a existir após as reformas econômicas impulsionadas por Raúl Castro em 2010. “Essa modalidade de negócio é um dos ramos que mais tem interessado os microempresários cubanos e que mais tem dado retorno financeiro sobre o investimento”, diz o historiador cubano Roberto Díaz Vázquez, presidente da Fundação Logos Cuba, que já deu aulas de contabilidade, gerência e finanças para 25 cubanos (há oitenta na lista de espera).

    Publicidade

    A grande dúvida agora é se essas reformas seguirão adiante ou não. Como o governo teme perder o controle político, as medidas econômicas têm sido muito tímidas e limitadas.

    “Quando as pessoas têm dinheiro no bolso, toda a perspectiva delas muda e surgem outras ambições”, diz Vázquez. “O futuro político de Cuba depende de uma classe média fortalecida que não dependa diretamente do governo”, acredita o historiador.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.