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Como bolsa da Dior envolveu primeira-dama da Coreia do Sul em escândalo

Avaliado em cerca de R$ 10 mil, item de luxo contraria legislação anticorrupção do país

Por Da Redação
26 jan 2024, 13h08

Um curioso escândalo mergulhou o governo da Coreia do Sul em uma crise política: em novembro do ano passado, um vídeo divulgado pelo site de notícias Voice of Seoul mostrou a primeira-dama Kim Keon Hee recebendo uma bolsa da marca de luxo Dior do pastor coreano-americano Choi Jae-young. Avaliado em 3 milhões de won (cerca de R$ 10 mil), o item contraria a legislação anticorrupção do país, em que proíbe o cônjuge de um funcionário público, como é o caso do presidente Yoon Suk Yeol, de receber presentes de mais de 1 milhão de won (R$ 3.669) de uma vez.

Com fama de controverso, Choi mantém relações com a Coreia do Norte, tendo visitado o país inúmeras vezes para realizar orações em igrejas locais. Ele alega ter se aproximado de Kim pelo desejo de “compartilhar conselhos” sobre a unificação com o país vizinho. Por isso, pouco depois de Yoon alcançar o poder, marcou um encontro individual com a primeira-dama para supostamente tratar sobre o tema.

Na ocasião, ele teria escutado uma conversa telefônica de Kim sobre assuntos confidenciais de Seul. A gravidade da chamada e a preocupação com um suposto escândalo de corrupção teria motivado o pastor a gravar a reunião seguinte, com uma câmera espiã em um relógio de pulso concedida pelo Voice of Seoul, um veículo com tendências esquerdistas. Choi teria, então, presenteado Kim com a bolsa, também comprada pelo portal de notícias. A entrega do produto teria sido informada com antecedência à mulher.

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A cilada

Uma vez entregue o presente, Kim contesta o motivo e pede para que Choi para de comprar produtos para ela, perguntando: “por que você continua comprando esses itens? Por favor, não compre coisas tão caras”. A transferência da bolsa, no entanto, não é aparente, mas o item é visto sobre a mesa e, segundo o pastor, não foi devolvido posteriormente. 

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As intenções de Choi são contestadas por aliados do governo, que o acusam de tentar influenciar os resultados das eleições gerais, marcadas para 10 de abril. Não é a primeira vez, contudo, que a esposa do presidente se vê envolvida em polêmicas: elas já foi acusada de plágio em artigos acadêmicos e de manipular ações — no início do mês, Yoon vetou um projeto de lei que autorizava uma investigação especial sobre as suspeitas.

Meses antes da ida às urnas, os dois principais partidos buscam apoio da população, que não enxerga a administração Yoon com bons olhos. A controvérsia de Kim pode, então, pesar na decisão dos eleitores. Uma pesquisa divulgada por uma emissora local indicou que 69% dos entrevistados acredita que a primeira-dama precisa apresentar explicações, 53% opinam que ela agiu de maneira inadequada, enquanto 27% dizem que ela foi pega em uma cilada arquitetada.

A crise interna alcançou um perigoso patamar no domingo, quando membros do gabinete presidencial sugeriram que líder interino do partido governista Poder Popular, Han Dong-hoon, renunciasse para abafar o caso. Ele, por sua vez, recusou. Han já ocupou o cargo de ministro da Justiça, mas atualmente é considerado um assessor especial de Yoon. 

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