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Como a geração Z impediu a premeditada derrota democrata nos EUA

Número de jovens que comparecem às urnas para a votação desta semana foi o segundo maior na história das eleições de meio de mandato no país

Por Matheus Deccache
Atualizado em 10 nov 2022, 16h57 - Publicado em 10 nov 2022, 16h56
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  • As eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, que colocam em disputa o controle da Câmara e do Senado entre democratas e republicanos, historicamente desfavorecem o partido que ocupa a Casa Branca – sujeito a todas as formas de críticas. Os jovens americanos, contudo, ajudaram a quebrar o padrão neste ano e favoreceram o Partido Democrata de Joe Biden em várias disputas, freando uma esperada “onda vermelha”, cor do Partido Republicano. 

    Embora o controle do Congresso ainda esteja indeterminado nesta quinta-feira, 10, os democratas estão comemorando o desempenho melhor do que o esperado contra o principal partido adversário. 

    + Segundo turno na Geórgia pode decidir destino do Senado dos EUA – de novo

    Em entrevista coletiva, o presidente Biden elogiou a contribuição dos jovens na votação e disse que eles foram responsáveis pela eleição ter sido um “dia bom”.

    “Quero agradecer especialmente aos jovens desta nação, que votaram em números históricos novamente, exatamente como fizeram há dois anos. Eles votaram para continuar abordando a crise climática, a violência de armas de fogo, seus direitos e liberdades pessoais e o perdão da dívida estudantil”, disse ele. 

    Biden aproveitou o discurso para elogiar Maxwell Alejandro Frost, de 25 anos, que se tornou o primeiro membro da Geração Z – pessoas nascidas entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2000 – a ser eleito para o Congresso americano. 

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    De acordo com o centro de educação e pesquisa da Universidade de Tufts, em Massachusetts, estima-se que 27% dos jovens entre 18 e 29 anos votaram nas eleições de meio de mandato neste ano, a segunda maior participação desta parcela da população na história do pleito. 

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    Dentre eles, 63% se identificam com o Partido Democrata, enquanto 35% se dizem mais inclinados a votar em candidatos do Partido Republicano. Esta é a faixa etária onde há a maior porcentagem de eleitores democratas – pessoas entre 30 e 44 anos são mais divididas e aquelas entre 45 a 64 são mais próximas aos republicanos.

    Embora o número de jovens que votaram neste ano tenha sido menor em relação às eleições presidenciais de 2020, quando mais da metade compareceu às urnas, eles foram influentes em várias votações importantes. 

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    A AP VoteCast, pesquisa aprofundada com mais de 94.000 eleitores em todo o país, descobriu que 61% dos eleitores com menos de 45 anos apoiaram o democrata John Fetterman em sua disputa pelo Senado no estado da Pensilvânia, que derrotou o republicano Mehmet Oz – o famoso Dr. Oz da TV. O valor é superior aos jovens eleitores que apoiaram Biden no estado há dois anos (56%).

    Ao mesmo tempo, 70% dos eleitores entre 18 e 29 anos votaram em Fetterman, contra 28% que votaram em seu adversário republicano. O público jovem correspondeu a 12% dos números gerais no estado. 

    No Arizona, as porcentagens são ainda mais distintas: 76% dos jovens apoiaram o democrata Mark Kelly, enquanto apenas 20% escolheram o republicano Blake Masters.

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    + Califórnia, Michigan e Vermont aprovam direito ao aborto em referendos

    Já em Michigan, foi registrado o maior aumento de jovens registrados – nos Estados Unidos, só vota quem tem cadastro – em comparação com as eleições de meio de mandato de 2018 de qualquer estado, com um crescimento de 38%. Lá, o Partido Democrata venceu as disputas para governador e secretário de Estado, que influenciarão a forma como as autoridades abordam a contagem e certificação de votos em 2024. Os eleitores também aprovaram uma mudança na Constituição estadual para consagrar o direito ao aborto.

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