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Comissão Europeia acusa China e Rússia de promover ‘desinformação’

Entidade criticou publicamente o país asiático pela primeira vez e cobrou ajuda de outras autoridades e de redes sociais para conter notícias falsas

Por Da Redação Atualizado em 10 jun 2020, 20h36 - Publicado em 10 jun 2020, 20h14
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  • As críticas à postura do governo chinês na condução da pandemia do coronavírus ganharam coro nesta quarta-feira, 10, em um forte pronunciamento da Comissão Europeia, em Bruxelas, na Bélgica. A vice-presidente da entidade, a checa Vera Jourova citou nominalmente China e Rússia como disseminadores de desinformação sobre a Covid-19.

    “Atores estrangeiros e certos países, em particular a Rússia e a China, se engajaram em operações de influência direcionadas e campanhas de desinformação em torno do Covid-19 na União Europeia e em todo o mundo, buscando minar o debate democrático e exacerbar a polarização social e melhorar sua própria imagem no contexto do Covid-19”, afirmou Vera Jourova aos jornalistas presentes.

    “Temos provas suficientes sobre como a propaganda chinesa tem funcionado nesta crise e, devido a essas provas, penso que é hora de falarmos a verdade, de informar as pessoas”, completou, Vera Jourova.

    A entidade citou exemplos de informações falsas, como teorias da conspiração alegando que o vírus foi criado em laboratórios americanos ou com o intuito de reduzir o crescimento da população. “Claro que, no que diz respeito à Rússia não é nenhuma novidade porque eles têm a desinformação incluída na doutrina militar, mas a China é pela primeira vez assinalada e fico satisfeita com isso, porque se existem provas, devemos expor os envolvidos”.

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    Vera Jourova ainda comparou a pandemia de coronavírus ao desastre nuclear de Chernobyl, no qual “as pessoas não estavam informadas sobre a situação e as suas consequências”.

    A Comissão Europeia defendeu que haja cooperação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e com o G7, pois, conter a desinformação é “uma questão de segurança”. “Estou me referindo a diferentes grupos extremistas, forças políticas com programas nacionalistas, diferentes grupos que também visam a incitação à disrupção e violência na União Europeia”, completou.

    O relatório da Comissão Europeia também é direcionado aos donos de redes sociais, como Facebook, Twitter, YouTube e WhatsApp, e pede que as plataformas forneçam “dados mais detalhados sobre suas ações para promover conteúdo, melhorar a conscientização dos usuários e limitar a desinformação.”

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    China é suspeita de esconder informações

    A China, que ao contrário de diversos países da Europa, além de outros como Brasil e Estados Unidos, conseguiu controlar a pandemia com rapidez e eficiência, vem sendo constantemente acusada de desinformar por omissão, ou seja, de esconder informações relevantes e não cooperar com as outras nações.

    Na última terça-feira 9, uma pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos apontou que o coronavírus pode ter começado a se espalhar ainda em agosto do ano passado, meses antes das documentações oficiais. A pesquisa usou imagens de satélite de estacionamentos de hospitais de Wuhan — cidade onde a doença foi identificada no final de 2019 — e dados de pesquisas de sintomas relacionados, como “tosse” e “diarreia”, em sites de busca. A China refutou o relatório, que classificou como “ridículo”.

    O estudo, no entanto, corroborou as contantes contestações sobre a demora chinesa em informar as autoridades sobre a gravidade da situação. Registros de reuniões da Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente divulgadas pela agência Associated Press mostraram que a organização reclamou internamente da postura do país asiático ainda em janeiro deste ano. O presidente americano Donald Trump é o crítico mais recorrente do governo do presidente Xi Jinping.

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