Começam as eleições presidenciais nas colônias francesas, consulados e embaixadas
Resultados serão anunciados a partir das 15 horas (horário de Brasília) deste domingo
Territórios ultramarinos franceses, como Guiana, Martinica e Guadalupe começaram neste sábado a votar nos dez candidatos que disputam o primeiro turno das eleições presidenciais no país, na véspera da realização do pleito na França continental.
Cerca de um milhão de eleitores deverão ir neste sábado às urnas não só nos territórios como também nas representações diplomáticas francesas em países como o Brasil, que devido à diferença de fuso horário para Paris anteciparam a votação. Caso o pleito fosse realizado nesses locais amanhã, alguns eleitores preencheriam as cédulas enquanto na França já teriam sido anunciados os primeiros resultados da apuração.
Embora a apuração dos votos nos territórios comece a ser feita logo após o fechamento das urnas, os resultados não serão anunciados até amanhã às 20h de Paris (15h de Brasília), quando todos os colégios eleitorais da capital tiverem fechado.
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No total, cerca de 45 milhões de eleitores (número similar ao de cinco anos atrás) decidirão entre sábado e domingo quem serão os dois candidatos que concorrerão no próximo dia 6 de maio ao segundo e definitivo turno do pleito, no qual será eleito o próximo presidente da França para um período de cinco anos.
Segundo todas as pesquisas divulgadas antes do fechamento oficial da campanha, os grandes favoritos para ocupar os dois primeiros lugares no primeiro turno são o socialista François Hollande e o aspirante à reeleição, Nicolas Sarkozy.
As urnas indicarão também qual será a terceira força mais votada, uma posição que, de acordo com as pesquisas, será disputada pela candidata de extrema-direita da Frente Nacional, Marine Le Pen, e o aspirante da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon.
No território continental francês, os colégios abrirão no domingo às 8h locais (3h de Brasília) e fecharão suas portas às 18h (13h), mas funcionarão uma hora a mais em cidades como Dijon, Rennes e Tours, e duas em metrópoles como Paris, Marselha, Lyon, Toulouse, Bordeaux e Estrasburgo.
Apesar de a imprensa francesa não poder divulgar os primeiros resultados da votação até o horário permitido pelas autoridades, alguns jornais belgas já informaram que, por não se submeterem à legislação da França, vão disponibilizar as informações que obtiverem à medida em que chegarem às redações.
O debate sobre a divulgação dos resultados também repercute na própria França no que diz respeito ao papel dos novos meios de comunicação, como as redes sociais.
Abstenções – Além de uma diferença de poucas horas para se saber as primeiras tendências de voto, uma das grandes incógnitas é sobre a participação dos franceses. Segundo as últimas pesquisas, ela deverá ser discreta.
O recorde de abstenção desde que, em 1965, foi estabelecida a eleição do presidente da República por sufrágio universal direto, aconteceu em 2002, quando foi de 28,4% do eleitorado em uma votação na qual o ultradireitista Jean-Marie Le Pen passou ao segundo turno à frente do socialista Lionel Jospin.
Cinco anos mais tarde, em 2007, a abstenção foi de 16,2%, e socialistas e conservadores disputaram em segunda votação o acesso ao Palácio do Eliseu, com vitória de Sarkozy sobre Ségolène Royal.
Apesar de no domingo à noite já ser possível saber quase a totalidade da apuração do primeiro turno, o calendário eleitoral fixou a próxima quarta-feira como data limite para que o Conselho Constitucional proclame os resultados.
Dois dias depois, começará oficialmente a campanha eleitoral para o segundo turno, que será realizada em 6 de maio na metrópole e, novamente, na véspera nos territórios ultramarinos e em embaixadas e consulados.
A posse do chefe do Estado deverá acontecer até 17 de maio, quatro dias antes do início da campanha para as eleições legislativas em duas etapas, nos dias 10 e 17 de junho.
(Com EFE)