A infanta Cristina, irmã do rei Felipe VI, e seu marido, Iñaki Urdangarin, começaram nesta segunda-feira a ser julgados por corrupção. Cristina de Bourbon e seu marido são acusados no caso que julga a atividade da fundação presidida pelo cunhado do rei e o desvio de 6,6 milhões de dólares (mais de 25 milhões de reais) de recursos públicos. O casal entrou nas dependências do tribunal em Palma de Mallorca sem parar para falar com as dezenas de jornalistas que esperavam às portas do edifício. É a primeira vez na história da Espanha que um membro da família real senta-se no banco dos réus de um tribunal e o julgamento atrai grande atenção da imprensa espanhola e europeia.
A defesa da irmã do rei solicitará ao tribunal que ela seja isentada da acusação de crime fiscal argumentando que a única parte acusadora, o sindicato Mãos Limpas, não está legitimado para colocá-la no banco dos réus. A infanta é acusada de ser cúmplice em dois delitos fiscais de seu marido; e o Mãos Limpas pede que seja condenada a oito anos de prisão, mas os advogados pedirão que seja isentada pela aplicação da chamada doutrina Botín.
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Esta jurisprudência surgiu pelo processo, em 2007, contra o ex-presidente do Banco Santander, o falecido Emilio Botín. Ela estabelece que não se pode julgar um acusado se só há acusações populares contra ele, circunstância da infanta, já que nem a promotoria, nem a Advocacia do Estado apresentaram acusações contra ela.
A promotoria Anticorrupção e a Advocacia do Estado pediram que a ação fosse suspensa para a infanta, embora a considerem responsável civil, por ter se beneficiado de 587.413 euros (cerca de 2,5 milhões de reais), segundo a promotoria; e de 168.571 euros (717.000 reais) segundo os representantes legais de Fazenda. Iñaki Urdangarin, marido de Cristina, se condenado, pode pegar uma pena de até 26 anos de prisão, já que é acusado de tráfico de influência, desvio, prevaricação, fraude, fraude, falsidade, crimes contra a Fazenda e lavagem de dinheiro.
(Com agência EFE)