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Começa o conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI

Após prestar juramento, cardeais se isolam na Capela Sistina para dar início ao processo de eleição do novo pontífice. Primeira votação deve ocorrer ainda hoje

Por Da Redação
12 mar 2013, 12h39

Após prestar juramento de silêncio, os 115 cardeais que vão eleger o novo papa se isolaram, no início desta tarde, na Capela Sistina. A primeira votação deverá ocorrer ainda na tarde desta terça-feira, mas a chance de o eleito sair dessa primeira rodada é pequena.

Pouco antes de as grandes portas da capela se fecharem, os cardeais caminharam em procissão, orando e cantando. Durante o percurso, um dos religiosos disse, em latim: “Toda a Igreja, unida conosco em oração, pede pela graça do Espírito Santo neste momento para que possamos eleger um pastor digno para todo o rebanho de Cristo”. Na Praça de São Pedro, os fiéis ignoraram a chuva para acompanhar a procissão e a chegada dos cardeais à Capela Sistina – as imagens foram reproduzidas em telões.

Um conclave realizado com o antigo papa ainda vivo é uma novidade para os cardeais no Vaticano, mas este ano, o conclave que escolherá o sucessor do agora papa emérito Bento XVI tem outra situação incomum. As reuniões preparatórias giraram em torno de temas incômodos para o Vaticano, como as irregularidades no Banco do Vaticano e a descoberta de chantagem envolvendo altos integrantes da Cúria que participavam de orgias homossexuais. Houve discussões sobre a divulgação do conteúdo de um relatório com informações sobre os problemas internos da Cúria aos cardeais – a expectativa é que apenas o futuro papa tenha acesso ao documento.

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Os cardeais americanos foram os mais insistentes, mas depararam com a resistência dos cardeais da Cúria, liderados pelo ex-secretário de Estado Tarcísio Bertone. Apesar da tentativa do camerlengo de esconder os desmandos no Vaticano, muitas informações foram publicadas por jornais italianos. Para alguns cardeais, ter acesso ao conteúdo completo da apuração encomendada por Bento XVI a três cardeais de sua confiança poderia influenciar seu voto, já que uma das características apontadas como essenciais para o próximo pontífice é a habilidade de gerir problemas e conhecimento sobre a Cúria Romana para poder reformá-la.

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Os desafios que Bento XVI deixa para o novo pontífice

Perfil – Lidar com as questões levantadas pelo Vatileaks, contudo, está longe de ser a única tarefa para o próximo pontífice – ou a mais difícil. A escolha por alguém com perfil “conservador”, “moderado” ou “ultraconservador” pode não revelar as tendências que o futuro papa trará para a Igreja Católica.

“Essas categorias não mapeiam facilmente o mundo secular”, afirma o jornal inglês The Guardian. “Um cardeal pode ser conservador em termos de moralidade sexual e radical na área econômica”. O jornal afirma que os termos são usados mais para diferenciar um candidato de outro do que para determinar se ele está mais inclinado para a esquerda ou direita secular.

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Ao fazer uma análise do papa como administrador de uma multinacional, a Igreja Católica Romana, a revista The Economist diz que o pontífice pode aprender com o setor privado como gerenciar sua força de trabalho. “Primeiro, você precisa punir funcionários errantes ao invés de protegê-los”, diz a reportagem.

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“Em segundo lugar, você precisa tratar sua reputação como seu bem mais precioso, estabelecendo regras claras sobre comportamento ético, às quais sua equipe deve aderir, e conduzindo campanhas de relações públicas agressivas”, continua o texto, lembrando que companhias que cometeram erros dedicaram esforços a dizer a seus clientes e funcionários o que foi feito para corrigir os problemas. “Em terceiro lugar, você deve olhar adiante. Empresas realizam reuniões com seus líderes para revisar suas estratégias todos os anos, não todos os séculos”.

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Segredo – A preocupação imediata dos cardeais, contudo, é eleger quem vai se dedicar a essas tarefas no futuro próximo – antes da Páscoa, é a expectativa. E o processo de escolha do novo papa é envolvido em muito segredo. O próprio termo “conclave” decorre da ideia de que os cardeais são trancados (“com chave”) no interior da Capela Sistina para a votação.

Os funcionários que prestarão assistência aos cardeais durante o conclave (cozinheiros, faxineiros, médicos, enfermeiras) tiveram de fazer um juramento de sigilo sobre o que ocorre na assembleia. Violar o segredo resulta em excomunhão.

Os cardeais também fazem um juramento de sigilo e não podem ter contato nenhum com o mundo exterior – não podem ler jornais, acessar a internet, usar celulares. Um sistema para bloquear o sinal dos aparelhos e impedir o uso de redes sem fio foi instalado no Vaticano. A aparelhagem visa evitar o que aconteceu em 2005, quando um cardeal vazou a informação de que Joseph Ratzinger havia sido eleito e um canal alemão espalhou a notícia antes do famoso anúncio Habemus Papam.

Os cardeais se reunirão apenas uma vez nesta terça. A partir desta quarta, serão duas votações pela manhã e duas à noite, até que um nome alcance maioria de dois terços, ou 77 votos dos 115 cardeais eleitores. Se não houver consenso nos três primeiros dias, é feita uma pausa para oração e o trabalho é retomado em seguida.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse nesta segunda-feira que muito provavelmente a primeira fumaça será preta, anunciando que ainda não há um novo papa eleito. Quando o novo pontífice for definido, a fumaça branca anunciará a novidade para os devotos, na Praça de São Pedro e no mundo.

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