O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, recorreu nesta quarta-feira à Corte Suprema britânica, máxima instância judicial da Grã-Bretanha, para evitar sua extradição à Suécia, país que o reivindica por acusações de crimes sexuais. Durante a audiência, que dura até a quinta-feira, sua defesa apresentará diante de sete magistrados do tribunal os argumentos do recurso, mas o veredicto só deverá ser dado dentro de algumas semanas.
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O recurso de Assange, que nega as acusações que lhe são atribuídas – três crimes de agressão sexual e um de estupro de duas mulheres suecas em agosto de 2010 -, não se baseia em detalhes do caso, mas em um aspecto legal. A defesa alega que a Procuradoria sueca, que emitiu a ordem europeia de detenção que desembocou em sua detenção em Londres em 8 de dezembro de 2010, não tinha legitimidade para fazê-lo, já que a assinatura de ordens europeias corresponde aos juízes.
Consequências – Se o Supremo interceder a favor de Julian Assange, haverá sérias consequências para o sistema europeu de extradição. Já se for contra, Assange perderá o recurso e será extraditado à Suécia no prazo de 10 dias, mas poderá recorrer novamente ao Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo. A extradição já havia sido aprovada pelo tribunal, mas Assange apelou. A audiência deve durar dois dias a portas fechadas.
As autoridades suecas querem a extradição de Assange para interrogá-lo sobre acusações de abuso sexual, o que, segundo o australiano, teria motivações políticas. O WikiLeaks vazou em 2010 vários documentos diplomáticos secretos, causando um enorme constrangimento entre países.
Protesto – Nesta quarta-feira, um grupo de partidários do fundador do WikiLeaks se reuniu às portas do Supremo britânico trazendo cartazes que defendiam Assange e o soldado Bradley Manning, processado nos Estados Unidos por ter vazado ao site informações confidenciais do país.
(Com agência EFE)